O prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar saiu em defesa dos jornalistas que entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (25), contra a redução do piso salarial em 40% proposto pelas empresas de televisão do Estado de Alagoas.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Júlio que também é jornalista, disse que reduzir salários é retrocesso e perda das conquistas da categoria. Solidário, ele fez questão de deixar de público o apoio aos companheiros de profissão.
“Reduzir salários é retrocesso e perda dos diretos das conquistas que vocês tem empreendido ao longo da carreira. Eu estou prefeito de Palmeira dos Índios, mas sou jornalista por formação e por convicção. Quero tornar público o apoio do jornalista Júlio Cezar, a esta luta de vocês. Esta luta também é compartilhada por todos aqueles que sabem a importância da profissão do jornalista para a sociedade”, destacou.
Discurso difere da prática
Julio Cezar que está prefeito e é jornalista por formação tem um discurso que difere da prática. Seu vídeo distribuído no final da noite (25) nas redes sociais causou náuseas em jornalistas que conhecem a fundo a prática do atual prefeito de Palmeira dos Índios.
Até a vestimenta do jornalista Julio Cezar (que está prefeito) em sua apresentação no vídeo era contrária a do movimento de jornalistas. Vestiu branco, quando todos vestiam preto.
Alguns chegaram a perguntar se era piada ou uma tentativa de competir com a deputada Ângela Garrote sua antagonista política – que à tarde fez defesa veemente da classe jornalística na tribuna da Assembleia.
Em Palmeira dos Índios, quarta maior cidade de Alagoas – existem seis emissoras de rádio, cinco portais de notícias, um jornal impresso semanal (há 23 anos), além de repetidoras de TV das principais emissoras de Alagoas.
Na gestão do prefeito-jornalista a Comunicação é reduzida a uma diretoria, quando deveria ser uma secretaria para dar mais suporte à Administração, além de prestigiar sua própria profissão e o porte cultural e de informação que a cidade oferece. Em contrapartida, existe no Município secretarias até de captação de recursos – que só serve para captar dinheiro do salário pro bolso do titular, que mal tem o direito de nomear sequer um assessor.
Contudo não é só neste quesito que Julio Cezar discursa diferente da prática. É justamente neste ponto, o da reivindicação atual dos jornalistas alagoanos, que o imperador JC peca. Seus assessores de imprensa ganham salários aviltantes – coordenador e jornalista – recebem R$2.600 e R$1.800 bem abaixo do piso definido na tabela do Sindjornal.
Outra humilhação se reporta à jornalistas contratados (terceirizados) para plantar notas em jornais e sites à base de R$2 mil mensais.
Além disso, Julio Cezar não trata os veículos de comunicação com o devido respeito, pois alguns deles estão sem receber a prestação de serviços realizada há mais de 10 meses, outros três meses, outros dois meses – reforçando mais ainda que o discurso do “imperador” é apenas para inglês ver.
Julio Cezar perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado ou de colocar a mão na consciência (será que irá fazer após ler esta matéria da Tribuna do Sertão) e se redimir de seus pecados.
Mesmo assim, está valendo o apoio!
Como “está prefeito” ainda pode por em prática seu discurso! Por que se não fizer agora, quando voltar ao batente, será tarde demais.