Aventurar-se pela região serrana de Bom Conselho estar sendo muito saudável. Conhecer os potenciais turísticos e toda sua história em volta, faz-no fortalecido e com muitas histórias pra contar.
Quando descia os 648 metros de altitude da serra do Fidélis fui encontrando cenários assim… Pouco importa se há galhos secos, a beleza natural é contagiante.
A serra do Fidélis está na rota do Planalto da Borborema. Medindo aproximadamente 400 km em linha reta norte–sul, localiza-se nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Esse sistema, parte do Planalto Brasileiro, equivale ao setor mais oriental do planalto Atlântico e um dos dois mais setentrionais, sendo divisor de águas entre a bacia do rio São Francisco e as bacias propriamente borborêmicas nos setores norte e leste. É o único grande sistema do plato oriental azevediano que não faz parte da cadeia franciscana.
No planalto localizam-se importantes cidades, como Campina Grande e Itabaiana (Paraíba), Caruaru, Garanhuns e Bom Conselho (Pernambuco), Arapiraca e Palmeira dos Índios (Alagoas) e Santa Cruz (Rio Grande do Norte).
O planalto da Borborema corresponde ao conjunto de terras altas que se distribuem no nordeste oriental do Brasil, com limites marcados, geralmente com amplitude da ordem de 100m em relação ao entorno (escarpas); sendo comum não apresentar solução de continuidade litológica em relação ao relevo rebaixado adjacente.
Toda a serra do Fidélis que compreende parte da região serrana de Bom Conselho é coberta por vegetação de caatinga que ainda está preservada, útil para a realização de estudos e trilhas ecológicas.
As cajaranas estão por todas as partes. No meio da vegetação você encontra vários tamburis, mulungus, juazeiros e muita vegetação arbustiva.
O clima do planalto da Borborema é seco, muito quente, semi-árido, com amplitude térmica mais acentuada que o litoral, por conta da continentalidade, normalmente passando dos 30°C durante o dia e cerca de 20°C à noite, chegando a cair algumas vezes para 11°C à noite em alguns locais mais elevados.
O planalto da Borborema vem se constituindo em uma região de forte atração turística, principalmente para os habitantes da área litorânea, que são atraídos pelas paisagens e o clima mais ameno que apresenta, nomeadamente nas vizinhanças de Caruaru, Chã Grande, Gravatá, Brejo da Madre de Deus e Garanhuns (Pernambuco), Araruna, Lagoa Seca, Campina Grande, Bananeiras, Areia, Serraria, Pilões e Solânea (Paraíba). Outros motivos de interesse são os festejos juninos, as feiras, a culinária e o artesanato.
Quando descemos uma das ladeiras da serra do Fidélis encontramos uma nascente perene que escorre pelo riacho do mesmo nome. Essa nascente serve de bebedouro natural para que animais nativos da caatinga, como exemplo, camaleões e cobras, além das abelhas que são importantes para a polinização no meio ambiente.
O termo “Serra da Borborema” é utilizado sobretudo para indicar as várias porções do planalto nos estados onde estão tais contrafortes montanhosos e seus vales, que são formados por rochas antigas do Escudo Brasileiro. No estado da Paraíba, onde o planalto cobre todo o agreste, serra e planalto da Borborema são sinônimos. Os solos, em geral, são pouco profundos e de fertilidade natural bastante variada, com predominância de fertilidade média e alta.
Veja o tipo de vetação desse lado da serra do Fidélis… A partir que você vai se aproximando do Vale do Salgadinho, a terra vai ficando mais seca. O solo vai mostrando o quanto está sem umidade. As plantas nativas vão mudando de cor diante do clima local.
Serra (do termo latino serra) é o conjunto de montanhas e terrenos acidentados com fortes desníveis e muitos picos, que se assemelha, portanto, a uma serra (ferramenta). O termo é, frequentemente, aplicados a escarpas assimétricas que possuem uma vertente mais inclinada e outra menos inclinada.
O município de Bom Conselho tem os três climas, agreste, sertão e zona da mata, onde a vegetação tem oscilação devido ao clima.
Um afloramento rochoso cravado no final da serra do Fidélis, serviu tempos passados de ponto cultural religioso, onde moradores da região iam pagar promessas por acreditar que nas marcas na rocha tinha a pegada do Menino Jesus, o desenho de uma cobra, de uma balaio, etc. Na verdade, quando fomos conhecer o lugar, fizemos o seguinte levantamento: A água que escorreu de serra abaixo, passando por essa rocha, provocou cortes na rocha em forma de “S” e que as prováveis pisadas humanas, se trata de cavidades provocadas pela correnteza da água e por se acumular nessas cavidades. Na verdade, houve uma ação do intemperismo e que levou milhares de anos para chegar a esse ponto.
As matas serranas ou brejos de altitude, constituem, em Pernambuco, disjunções da floresta tropical perenifólia, dentro da zona da caatinga. Localizam–se, via de regra, nos níveis superiores das serras, quer graníticas, quer cretácicas, acima de cotas nunca inferiores aos 500 m e progressivamente maiores, num sentido geral SE–NW, até os 1.100 m.
SAIBA MAIS
Em diversas serras, as variações de umidade e temperatura durante os períodos chuvoso e de estio, determinaram condições especiais e mais rigorosas, que resultam em um fácies próprio, dessas florestas serranas, com espécies típicas e fisionomia distinta. São, na maioria dos casos, ilhas de floresta perenifólia na zona da caatinga, podendo, entretanto, haver continuidade entre a floresta úmida costeira e esse fácies dos brejos de altitude. Isso ocorre em Camocim de São Félix e parece ter ocorrido, no passado, com a floresta da serra de Garanhuns, que sugere ter sido contínua na direção Brejão – serra de Bom Conselho.