O Plano Municipal de Educação de Palmeira dos índios apresentado durante a semana, na Câmara de Vereadores, traz alguns pontos polêmicos, que, além de não serem amplamente discutidos, não estão sendo levados ao conhecimento de boa parte da sociedade. Entre eles, um, que está sendo motivo de debates nos legislativos de todo o País, é o que inclui a chamada ‘ideologia de gênero’ nas escolas. O Plano será votado nesta segunda-feira, 22, a partir das 19 horas, no Plenário da Câmara.
A Ideologia de gênero afirma que o homem e a mulher não diferem pelo sexo, mas pelo gênero, e que este não possui base biológica, sendo apenas uma construção socialmente imposta ao ser humano, através da família, da educação e da sociedade. Afirma ainda que o gênero, em vez de ser imposto, deveria ser livremente escolhido e facilmente modificado pelo próprio ser humano.
Dois itens chamam a atenção no Plano apresentado pela Prefeitura de Palmeira aos vereadores. Um deles “fomenta a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo, das comunidades indígenas e quilombolas, da-população LGBT e das pessoas com deficiência”. E outro: “Fomentar e garantir o acesso e a permanência de estudantes e profissionais LGBT do ensino médio, combatendo a discriminação e o preconceito, respeitando a identidade de gênero, por meio de Programas, ações específicas e políticas públicas”, sequer chegarem a ser discutidos pelos vereadores na sessão de quarta-feira, apesar de todos os esforços do pároco da Catedral de Palmeira dos Índios, Thiago Henrique, para tentar fazer entender o significado de ‘ideologia de gênero’.
O pe. Thiago Henrique participou, no ano passado, das discussões sobre o Congresso Nacional, voltadas para o Plano Nacional de Educação e, disse que, naquela ocasião, esse tipo de sugestão foi vetado pelos participantes. “Deve haver algum interesse político por trás dessa decisão, já que, de uma hora para outra, as decisões foram revogadas”, adverte o Padre, lembrando que as pessoas que integram o LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] naturalmente já estão contempladas enquanto cidadãos, em quaisquer programas e projetos da Constituição Brasileira, não havendo necessidade de uma categoria específica para eles. Ao se referir a um dos itens inseridos no Plano de Palmeira, ele questiona; “Quem garante que essas pessoas não tenham condições de arcar com as despesas escolares”?
Além disso, Padre Henrique quer que se defina claramente o que é ideologia de gênero. “É muito temeroso se criar uma legislação específica, sem saber exatamente do que se trata. É uma forma de pensamento, de comportamento?”, indaga novamente, dizendo que o que está em jogo não é o pensamento da família progressista ou da tradicional. “É um passo muito grande a ser dado e não é prudente que se jogue todas as fichas em um futuro incerto”, argumenta, dizendo que, antes de tudo é preciso prudência e que a população deve estar presente à votação. “Estamos trabalhando em defesa da família, seja ela de que religião for. Não somos contra e nem a favor, até porque não sabemos exatamente a que isso se refere e, desta forma, fica sem sentido apreciarmos algo que nem sabemos exatamente do que se trata”, alega, esclarecendo que o Plano não deixa claro a que ou a quem está se referindo.
Dom Dulcênio fala em ‘inquietação’ por parte das pessoas
O bispo diocesano de Palmeira dos Índios, Dom Dulcênio Fontes de Matos, divulgou um artigo a respeito da ideologia de gênero. Segundo ele, existe uma inquietação por conta de pessoas que insistem na ideia sobre a ‘Identidade de Gênero’ ou a igualmente chamada ‘Ideologia de Gênero’. “Esta teoria insiste na distorção completa do conceito de homem e mulher, ao propor que o sexo biológico seja um dado do qual deveríamos libertar-nos cabendo a cada indivíduo decidir o tipo de gênero a que pertenceria nas diversas situações e fases da sua vida”, afirmou. “No meu modo de pensar, forçar a implementação da ‘ideologia de gênero’ chega até mesmo ser um constrangimento à família e a toda sociedade, isso sem me deter ao contristar com o querido por Deus quando da obra da criação. Constranger é incomodar, forçar; é, ainda, coagir e compelir”, completou. Dom Dulcênio se baseia na nota dos Bispos do Regional Nordeste 3, que elucida: “No mês de junho todos os 5.570 municípios brasileiros deverão aprovar seus Planos Municipais de Educação (PME) de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024, instituído pela Lei 13.005/2014”.
Secretário diz que papel da família é insubstituível
Mas o secretario Municipal de Educação, Luiz Lobo, diz que, antes levar o Plano ao conhecimento da Câmara de Vereadores, houve um estudo aprofundado sobre seus detalhes. “Quando assumi a Secretaria, há 120 dias, essas discussões já vinham ocorrendo. Estamos deixando para os palmeirenses um legado que irá vigorar até o ano 2025”, adianta. Segundo Lobo, as discussões envolveram políticos, juristas, filósofos, enfim, vários profissionais de toda a sociedade, que deram suporte a cada um dos itens elaborados e apresentados. O secretário disse, também, que lamenta que os detalhes não estejam sendo divulgados na imprensa tradicional, mas, sim, através das redes sociais.
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10 Comments
Parece que o padre não sabe “claramente o que é ideologia de gênero”, talvez ela não saiba – também – o que é castidade!
Deveríamos todos participar.
Foi de suma importância a participação do Pe. Thiago para que artigos desse PL fossem derrubados, com certeza seriam brechas para que nossas famílias fossem cada vez mais prejudicadas com esses poderes exacerbados do Estado. Lutando conseguiremos mostrar a esse Estado de Direito que seu papel tem limites… e esse com certeza extrapolaria sua competência. Impressionante é ver comentários de pessoas sem clareza e inteligencia, que sabem atacar perfeitamente pela internet apenas, um debate entre esse tal João Márcio e Pe. Thiago seria interessante, para que João Marcos em sua mais alta clareza pudesse provar que Pe. Thiago “parece” que não intende do que esteve defendendo. Precisamos de pessoas esclarecidas como João Marcos. Rsrs
SENHOR JOÃO MARCIO, talvés é o senhor que não sabe nem se definir ainda o que é. Será que o senhor é “homem macho ou é homem fêmea, pois é.., esse é o novo gênero que querem que ensinamos aos nossos filhos,tem a cobra macho e a cobra fêmea, a onça macho e a onça fêmea,…, então teremos:” o homem macho e o homem fêmea, a mulher macho e a mulher fêmea!!!” É LINDO! Quando nascemos já nascemos macho e fêmea esse é o normal o perfeito,quando isso não acontece, não é perfeito, aconteceu algo, oque não vou nem discutir com o senhor, pois pelo que percebi, o senhor apenas faz uma critica a pessoa do “padre”, não pensa na situação como um todo. Nossos valores estão se perdendo, ninguém tem mais respeito por ninguém, se é para respeitar a opção sexual de cada um, porque não respeita a nossa que somos maioria!!! O senhor acha que pessoas que são homo-sexuais são felizes? são realizadas? o que o senhor entende de castidade??? o que o senhor entende de respeito quanto a opção do outro quando acaba de alfinetar o padre? quem é o senhor para julgar? foi o senhor um dos que implantou essa ideologia? se foi, explique melhor, mais saiba todo ato na vida tem consequência,e esse do senhor terá, não minha nem de nenhum homem aqui na terra,…. O senhor acha que sexo é um brinquedo, que pode ser usado de qualquer jeito, por qualquer um?… Saiba que a igreja defende o sexo como a coisa mais linda que DEUS criou! é tão lindo que é capaz de gerar uma vida, então não podemos banaliza-lo. O senhor acha e acredita que uma criança é capaz de entender isso?
queremos só maiores esclarecimentos, afinal os vereadores sao nossos representantes precisam deixar a populaçao a par dessas coisas
SENHOR JOÃO MARCOS, a questão é muito séria, hoje em dia questões como família, valores, honestidade,…, estão se perdendo, por isso que o mundo está do jeito que esta.A igreja defende o sexo como a coisa mais linda cria por DEUS,capaz de gerar uma vida, e isso só pode acontecer entre “dois”gêneros “diferente”
Não podemos banalizá-lo, uma criança não é capaz de assimilar tamanha responsabilidade. Existe tempo p/tudo, decisões como opção sexual, precisa ser tomadas por pessoas adultas que já sabem o que querem e ão por crianças, devemos pregar o respeito, a dignidade,…,sexo não é um brinquedo
Achei interessante tudo o que você falou Roselia, mas,esta de opção sexual não entendo, veja o que diz a Bíblia: Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Gênesis 1, 27
o que esta em discussão não é a castidade do padre, são questões como a familia que é algo sagrado.
Essa discussão está profundamente impregnada de preconceito, ignorância e fundamentalismos.