Em mais uma iniciativa da Prefeitura de Maceió para incentivar e fortalecer a cultura afro de Maceió, como já tem feito desde o começo da gestão com projetos como o “Saurê Palmares” e o “Dia da Mulher Africana“, na sexta-feira (19) o histórico bairro do Jaraguá foi movimentado pela continuação do evento “Vamos Jaraguanear” com o projeto “Sextas Clássicas”, que começou na última sexta-feira (12) e segue até o dia 4 de dezembro, sempre às sextas e aos sábados na Praça Dois Leões.
A programação desta sexta-feira incluiu o lançamento de livros da editora Aletria, além das apresentações dos grupos Afro Caeté com o sax de Elizaubo tocando a clássico música “Boleto de Ravel”, a apresentação dos Três Tenerores Alagoanos com a pianista Selma Brito e do concerto do Quarteto Manguaba.
Além disso, a abertura da noite foi feita pela cantora Loh Costa, se apresentando pela Casa de Passagem São Vicente de Paulo. “Tinha dez anos que não subia ao palco, mas a música sempre fez parte da minha vida. Meu pai é músico, negro, e é impossível estar aqui hoje e não lembrar do dia que vem amanhã. Participei também do Batuque Mundaú, grupo afro por quem tenho uma admiração muito grande. Estamos hoje colocando no palco, com muita beleza, uma pauta que deveria estar presente todos os dias”, relata a cantora Loh Costa.
Neste sábado, 20 de novembro, data que marca o Dia da Consciência Negra, a programação vai ser especial com grupos de afoxé se apresentando solo e também junto à grupos de música clássica. O mestre Cláudio, do grupo Afro Afoxé, que se apresenta neste domingo (20), relata a importância de dar visibilidade aos fatos históricos, e aproveita para sugerir sempre mais edições de eventos assim.
“É impossível entender a música brasileira sem refletir sobre o êxodo de escravos africanos aos continentes americanos. Os povos africanos antigamente tinham como liberdade de expressão a música, onde, com os seus movimentos, podiam demonstrar algum fator de incômodo. Isso foi se intensificando com o passar do tempo, e hoje temos como exemplo a música negra que representa o nosso passado, as nossas crenças, enfim, a nossa cultura, e é importante dar espaço para ela ser demonstrada”, relata o mestre.