Foi com a doação de uma vasta quantidade de terras de D. João VI aos índios Urumaris, às margens do rio São Francisco que nasceu a cidade de Pão de açúcar. Muitos reflexos da lua nas águas do rio que deram o primeiro nome à cidade, “Jaciobá”, “Espelho da Lua” em guarani. Outra tribo, a dos Chocós, que habitavam a ilha de São Pedro invadiu o lugar e expulsaram os Urumaris. Na mudança para o outro lado rio, também chamaram a cidade nova de Jaciobá.
A região, através de uma carta de sesmaria passou ao domínio de um português, em cerca de 1660. Lourenço José de Brito Correia iniciou uma fazenda de gado e batizou a região de Pão de Açúcar, nome inspirado, acredita-se, no Morro do Cavalete, uma elevação próxima dali, usada no processo de clarificação do açúcar.
Estas mesmas terras foram leiloadas em 1815 e o padre José Domingos Delgado e seus irmãos foram os ganhadores. A fazenda prosperou, tornou-se uma vila, e foi elevada à categoria de cidade em 1877.
Na verdade, a cidade de Pão de Açúcar que deve ter seus 25 mil habitantes, é lugar ideal para a pesca e a prática de esportes aquáticos.
A estátua do Cristo que fica em cima de uma serra as margens do rio São Francisco, saudando todos que visitam a cidade, que no passado serviu de hospitalidade ao imperador Dom Pedro II, no ano de 1859.
A partir que o sol vai se escondendo por trás das nuvens e das serras que margeiam o Velho Chico, vai deixando um cenário diferente.
Conta ainda a história que imperador D.Pedro II que, em viagem à cachoeira de Paulo Afonso, pernoitou na cidade nos dias 17 e 22 de outubro de 1859. Em seu diário de viagem, depositado no Museu Imperial, D. Pedro tece elogios à vila: “A vista do Pão de Açúcar é bonita”. O imperador descreve como foi sua chegada: “Cheguei por volta das 8 ao Pão de Açúcar. Receberam-me com muito entusiasmo e um anjinho entregou-me a chave da vila. Defronte desta povoação há uma grande coroa de areia, que me cansou atravessar e com a luz dos foguetes, que não têm faltado por todo o rio(…). No outro dia,”acordei antes das 5, e pouco depois das 6 fui dar um passeio pela vila.
Além de uma balça há outros meios de transporte para a travessia do rio São Francisco, pois do outro lado está o estado de Sergipe.
Outros relatos históricos dizem transmitem textos escritos por Dom Pedro II. “A matriz é pequena, mas decente, só tem inteiramente pronta a capela-mor, o resto acha-se coberto. Há uma bela rua direita longa e muito larga, e outra perpendicular também direita, porém menos longa e larga. Só vi uma casa de sobrado, a da Câmara, onde me hospedei.”. O sobrado onde pernoitou D. Pedro II encontra-se em reforma e será transformado em museu”.
Conta-se que o príncipe Dom João de Orleans e Bragança, herdeiro da família imperial, esteve visitando no dia 17 de outubro de 2009 a cidade de Pão de Açúcar – AL, na mesma data do seu Avó – Dom Pedro II. No dia seguinte, foi feita a doação do prédio onde pernoitou o Imperador, pelo Sr. Elmano Machado Gonçalves, que passou a denominar-se Museu do Paço Imperial, que será reformado e finalmente passará a funcionar como museu.
O município tem uma estrutura ideal sertaneja para o turismo, principalmente os bancos de areia que se formam no leito do rio São Francisco, conhecidos como “prainha”, recebem muitos turistas nos finais de semana, vindos de municípios vizinhos em Alagoas, Bahia e Sergipe, gerando assim uma fonte de circulação real.
Semelhante ao monumento erguido no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, o Cristo de Pão de Açúcar foi inaugurado no dia 29 de janeiro de 1950. Obra do escultor João Lisboa, nascido na cidade, o monumento mede 14,80 cm de altura com o pedestal, sendo a imagem de 10 metros. A ideia de construir o Cristo no morro do Cavalete, onde já existia um cruzeiro, erguido nas comemorações da chegada do século XX, foi de Ernesto da Silva Pereira que durante dois anos movimentou a cidade arrecadando donativos para construir a estátua.
Do alto do Cristo, pode-se ver toda a cidade, o São Francisco, as diversas praias e a comunidade de Niterói, localizada na outra margem do rio. A semelhança com o Rio de Janeiro tem despertado a curiosidade da imprensa e, nos últimos anos, rendido várias reportagens nas grandes redes de TV, diários e revistas do país, inclusive na National Geographic Brasil.
A gruta de Angicos, local onde morreu Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, fica a poucos quilômetros, subindo o rio, entre as cidades de Pão de Açúcar(AL) e Piranhas(AL), no município de Poço Redondo(SE). O famoso cangaceiro e seu bando, de quase 200 homens, assombravam o Sertão na primeira metade do século passado. E, apesar de vagarem por muitos anos pelas terras do município cometendo todo tipo de crime, assaltando fazendas e povoados, nunca invadiram Pão de Açúcar. Conta-se que o “Rei do Cangaço” temia a presença do Tiro de Guerra 656, uma sociedade cívico-militar que treinava os jovens da região para a defesa da cidade, além de prestar serviços comunitários.
Há pouco tempo foi dada uma melhoria às margens do Velho Chico na cidade de Pão de Açúcar, onde bares e restaurantes flutuante capricharam na ornamentação, proporcionando comodidade aos banhistas. O maior fluxo é no período de final de semana.
Gervásio Santos, em seu livro Um lugar no passado, conta que em 1927, Lampião que havia invadido duas fazendas próximas, mandou um emissário à cidade com cartas para os proprietários dos imóveis exigindo de cada um a importância de 4.000$000 (quatro mil contos de réis), uma fortuna para a época. Caso o pedido não fosse atendido, o cangaceiro ameaçava fuzilar todo o gado das fazendas. Protegidos pelos homens do Tiro de Guerra, os fazendeiros responderam com um bilhete debochado: “…que se Lampião quisesse tirar raça de homem valente, mandasse a mãe dele aqui para Pão de Açúcar”. Como podia-se prever, o cangaceiro sadicamente matou todo o gado e quase destruiu as fazendas mas nunca pisou em Pão de Açúcar.
1 Comentário
Uma cidade que tenho muita vontade de conhecer,minha sogra e dai de Pão de Açucar,a mais velha de 5 irmãos,por problemas,ela acabou saindo de pão de açucar e venho embora pra Arapiraca,e não mais retornou a sua cidadezinha e não teve mais contato com sua familia,hoje ja de idade e sente muitas saudades da sua familia,de seus irmãos e mae,que talvez hoje não esteja mais entre_nos,um dia vou pegar com ela o nome dos irmaos dela,da mãe e vou começar procurar,so sei que eles moravam na rua da área eu acho,mais conversar com ela e pegar todos os dados,e vou dar uma volta ai em Pao de Açucar,procurar por algum parente dela,e conhecer a cidade!