Justiça do Trabalho determina transferência do controle acionário das Gazetas e Collor sofre nova derrota judicial

A segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025, entrou para a história da comunicação e do direito em Alagoas. Em uma reviravolta inesperada, Fernando Collor perdeu, ao menos temporariamente, o controle acionário das Gazetas, sua tradicional rede de comunicação. A decisão foi determinada pela Justiça do Trabalho, que transferiu as cotas do ex-presidente para um ex-funcionário, vítima da Recuperação Judicial das empresas do grupo.
Processo trabalhista e a transferência das cotas
A batalha judicial se arrasta desde 2019, quando um grupo de credores passou a contestar as propostas consideradas humilhantes apresentadas pela Organização Arnon de Mello para quitação de dívidas trabalhistas. No caso específico deste trabalhador, a Justiça determinou que as cotas pertencentes a Collor, avaliadas em cerca de R$ 422 mil, fossem transferidas como pagamento da dívida trabalhista.
A perda do controle acionário representa um golpe significativo para Collor, que por décadas dominou o setor de comunicação alagoano através de sua holding. Diante do revés, o departamento jurídico do ex-senador tentou um acordo de conciliação com o trabalhador, buscando reverter a decisão e recuperar as ações.
Chácara Penhorada em Campos do Jordão
Além da perda das cotas da Gazeta, Collor enfrenta outra batalha jurídica, desta vez envolvendo uma chácara de luxo em Campos do Jordão. A propriedade foi penhorada em outro processo trabalhista movido por um credor insatisfeito com os acordos propostos pelo ex-presidente. Assim como no caso da Gazeta, a equipe jurídica de Collor tentou um acordo com o autor do processo para evitar a perda do imóvel.
Sucessivas derrotas na Justiça
As recentes decisões judiciais reforçam um ciclo de derrotas que Collor vem acumulando na Justiça do Trabalho. Por anos, a recuperação judicial das empresas do grupo gerou polêmica, com ex-funcionários e credores alegando atrasos, calotes e propostas desrespeitosas de pagamento. Agora, as ações começam a resultar em consequências concretas, colocando em risco o império que Collor construiu em Alagoas.
O ex-presidente, que já foi uma das figuras mais influentes do país, enfrenta um cenário cada vez mais adverso, tanto no campo jurídico quanto no empresarial. Como diz o ditado popular, "a água já começou a bater no pescoço", e o futuro do controle das Gazetas segue incerto.