Ação humanizada leva informação sobre autismo a usuários do Ambulatório de Especialidades da Uncisal

O Ambulatório de Especialidades da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Ambesp/Uncisal) promoveu, nessa terça-feira (29), uma ação de sala de espera humanizada com foco no Transtorno do Espectro Autista (TEA). A atividade contou com a participação da assistente social Vanessa Azevedo — que atua no Hospital Geral do Estado (HGE) e no Espaço Amigo do Autista.
Ela foi convidada para dialogar com os usuários do serviço sobre o tema, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. A iniciativa teve como objetivo sensibilizar pacientes e acompanhantes que aguardavam atendimento, promovendo um momento de escuta, acolhimento e disseminação de informações relevantes.
Vanessa, que é mãe atípica e pós-graduanda em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) com foco em TEA, destacou a importância de ampliar o debate sobre o autismo para além das famílias diretamente envolvidas.
“Hoje o autismo não é mais algo escondido. Ele está na sociedade, e a sociedade precisa entender o que é, para não julgar, não excluir, mas incluir de forma verdadeira”, ressaltou.
Além da sensibilização, a ação abordou questões práticas relacionadas aos direitos das pessoas com TEA. Vanessa explicou que muitas famílias se sentem perdidas após o diagnóstico e precisam de orientações claras e acessíveis.
“É fundamental que conheçam os benefícios a que têm direito, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), a carteirinha de identificação municipal e o acesso à saúde e à educação. Informação é o primeiro passo para garantir os direitos dessas crianças e adolescentes”, afirmou.
Ela também destacou a importância da rede de apoio entre as famílias. “A união entre nós, mães atípicas, é essencial para que possamos fortalecer umas às outras e buscar, juntas, o respeito e a inclusão real”. A ideia para a ação surgiu da escuta ativa da assistente social do Ambesp, Agda Alves Soares, durante o atendimento de rotina.
“Fiz uma sala de espera com quase 150 pessoas e perguntei quem tinha alguém com TEA na família. Cerca de 80% levantaram a mão. Isso me acendeu um alerta: era preciso trazer alguém com mais vivência e conhecimento sobre o tema. Lembrei imediatamente de Vanessa”, contou.
O momento coincidiu com o dia de atendimento do geneticista Dr. Reinaldo Luna, que acompanha crianças atípicas no ambulatório, o que ampliou o alcance da atividade.
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Impacto
A ação também teve impacto direto nas famílias presentes. Para Jeniclecli Torres, mãe de um menino de três anos que ainda aguarda diagnóstico, o encontro foi um momento de aprendizado e acolhimento.
“Tudo o que ela [Vanessa] falou é interessante, porque eu vejo no meu filho. Ele é acompanhado por fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo e neurologista, mas ainda não tem o diagnóstico. A ação foi ótima porque me ajudou a tirar dúvidas e melhorar meu cuidado como mãe”, compartilhou, emocionada.
A proposta da sala de espera humanizada no Ambesp é transformar o tempo de espera em um espaço de diálogo e informação, aproximando o cuidado em saúde da realidade das pessoas. Como reforça Agda, “nós, assistentes sociais, temos um compromisso com as demandas que emergem da sociedade. E essa é uma das maneiras de fazer com que o serviço público seja mais empático e efetivo”.