EM BENEFÍCIO DO FILHO

MPF investiga presidente do PT em Alagoas, Ricardo Barbosa, por desvio de recursos do Fundo Partidário

Por Redação Publicado em 24/05/2025 às 18:29
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O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar a denúncia contra o presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores em Alagoas, Ricardo César Barbosa de Oliveira. Ele é acusado de uso indevido de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) durante as eleições de 2024. A representação foi apresentada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), através do advogado Antônio Fernando da Silva, conhecido como Fernando CPI, e aponta para um favorecimento do filho do dirigente, o advogado Guilherme Tadeu Albuquerque Barbosa.

Ricardo Barbosa teria direcionado R$ 474 mil à empresa Guilherme Barbosa Sociedade Individual de Advocacia, de propriedade do filho, para prestação de serviços de consultoria jurídica na campanha eleitoral. O caso também envolve o suposto favorecimento de Gino César de Oliveira e da esposa dele, através da contratação de empresas ligadas ao casal, com base em notas fiscais anexadas ao processo.

O procurador Marcelo Jatobá Loco, da Procuradoria Regional Eleitoral, reconheceu a gravidade das denúncias, que mostram um possível desvio de finalidade na aplicação de verbas públicas. No parecer do procurador, os recursos envolvidos ostentam natureza pública e devem ser utilizados com base nos princípios constitucionais da moralidade, impessoalidade, economicidade e transparência.

A contratação de parentes com verbas partidárias, embora não seja vedada em lei, exige critérios rigorosos de legalidade e justificativa de custo-benefício, conforme definido em julgados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo Fernando CPI, as irregularidades não se restringem ao ano de 2024, havendo relatos de que a prática acontece desde 2020. As contas do PT de Alagoas do último pleito ainda estão sob análise do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (processo 0600336-52.2024.6.02.0000). Uma vez que a representação envolve verbas públicas federais, a Procuradoria Regional Eleitoral determinou a remessa de cópia integral da denúncia à Coordenadoria Jurídica da Procuradoria da República em Alagoas (COJUD), para apuração de possíveis atos de improbidade administrativa.