O Theatro Homerinho, em Maceió, foi palco de uma noite histórica para a cultura popular alagoana, na terça-feira (19). O espaço recebeu o lançamento do projeto “Giro das Tradições - No Caminho da Cultura Viva”, iniciativa do Instituto de Vivências Artísticas (IVA), que promete movimentar o cenário cultural do estado com apresentações, encontros e registros inéditos no bairro histórico do Jaraguá.

O projeto será realizado quinzenalmente, sempre às terças-feiras, às 19h, com acesso gratuito ao público, reunindo grupos da cultura popular de Alagoas em apresentações no Theatro Homerinho. Cada edição será documentada, formando um grande acervo audiovisual que resultará em um documentário sobre as vivências e saberes de Mestras e Mestres alagoanos, garantindo não só a difusão, mas também a preservação da memória cultural dessas pessoas.

A iniciativa surge em resposta à necessidade de espaços voltados para a valorização da cultura popular em Maceió, dando visibilidade a manifestações que constroem a identidade alagoana. O projeto visa registrar essas expressões culturais para que permaneçam na memória dos cidadãos e dos turistas, alcançando o Brasil e o mundo.

Para Ivana Iza, presidente do IVA e fundadora do Theatro Homerinho, o Giro das Tradições representa um movimento de fortalecimento e memória. “Não estamos apenas promovendo apresentações, mas construindo um acervo da memória da cultura popular alagoana, que sempre esteve em segundo plano. Meu desejo é que possamos manter esse projeto por muitos anos. Sem a presença e vivência da cultura viva, perdemos nossa identidade e nossa memória. Por isso, tudo será registrado em um documentário, garantindo que essas expressões sejam eternizadas”, explica.

Ivana agradeceu ainda a parceria com a Secretaria de Turismo de Alagoas, em nome da secretária Bárbara Braga. "Parcerias estratégicas são fundamentais para que projetos como esse saiam do papel e se tornem realidade. A Bárbara acreditou e nos ajudou a fazer acontecer".

Na mesma linha, Perolina Lyra, superintendente de patrimônio e diversidade cultural de Alagoas (Secult/AL), ressaltou a importância de preservar o legado cultural. “Essas tradições precisam continuar vivas, porque fazem parte da nossa história e identidade. O Giro é um espaço de resistência e valorização dos mestres e grupos que mantêm essa chama acesa. Parabenizo todos que fazem parte desse projeto pela grande iniciativa”, enfatiza.

O presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural de Maceió (FMAC), Myriel Neto, destacou a relevância da iniciativa. “O Giro das Tradições soma-se ao trabalho dos órgãos públicos, suprindo a carência de um espaço dedicado à cultura popular e mostrando a diversidade da nossa arte para alagoanos e turistas. É um momento de conhecimento e celebração”.

A cerimônia de lançamento também contou com a presença de diversos artistas que constroem a cena cultural de Alagoas, como a diretora da Associação Cultural Gajuru, grupo residente do Homerinho, Waneska Pimentel. “Essa noite é um grande marco. O Homerinho já faz história desde que surgiu, e o Giro das Tradições vem coroar ainda mais essa importância. A cultura popular precisa ser olhada, e aqui ela ganha vida e movimento”.

Para Hélton Walner, coordenador do Maracatu Baque Alagoano, a iniciativa traz visibilidade e troca de saberes. “O projeto dá visibilidade, promove troca de experiências e faz circular a cultura alagoana. Ele cria identidade. O Baque é parceiro do Homerinho e estará presente nesse giro”, afirma.

O artista popular Zé do Boi ressaltou o impacto da iniciativa para o futuro. “A cultura alagoana é tão rica, mas também carente. Esse projeto chega em boa hora para os fazedores e brincantes da cultura popular. Daqui a alguns anos, vamos poder dizer: eu participei do lançamento do Giro das Tradições”.

O evento contou com a presença de diversos mestres e mestras da cultura popular, além de representantes de grupos, produtores culturais e autoridades do setor de cultura e turismo.

Com encontros marcados a cada 15 dias, o Giro das Tradições - No Caminho da Cultura Viva se firma como um espaço de resistência, celebração e registro da cultura popular alagoana, garantindo que suas vozes e ritmos ecoem dentro e fora do estado.