A presença de Alagoas na 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária marcou um momento decisivo para o fortalecimento do setor no estado e no país. Os 16 delegados eleitos na Conferência Estadual, realizada em maio, tiveram papel fundamental nas discussões que reuniram representantes de todo o Brasil, este mês, em Brasília. A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do ministro do Trabalho, Luiz Marinho; e do secretário nacional de Economia Solidária, Gilberto Carvalho.

 

Com direito a voz e voto, a representação alagoana participou ativamente da formulação das propostas que irão compor o 2º Plano Nacional de Economia Solidária, garantindo que as demandas e experiências locais estivessem representadas em um espaço estratégico de diálogo com o governo federal e a sociedade civil.

 

Sob o tema “Economia Popular e Solidária como Política Pública: Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação”, a conferêcia teve como objetivo a construção de propostas para subsidiar o 2º Plano Nacional de Economia Solidária. O encontro reuniu cerca de 1.200 participantes de todo o Brasil, entre gestores públicos, movimentos sociais e representantes de empreendimentos.

 

O superintendente de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária, Eduardo Damasceno, destacou a importância da participação de Alagoas no evento. “A presença da Sedics na 4ª Conferência Nacional de Economia Solidária, por meio dos  delegados eleitos , é fundamental para fortalecer o diálogo entre Estado, sociedade civil e empreendimentos solidários e possibilita a troca de experiências, a construção coletiva de políticas públicas, o acesso a programas e recursos federais e a integração com outras iniciativas no país”, destacou.

 

A secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alice Beltrão, ressaltou a relevância de garantir que a voz de Alagoas esteja presente em processos nacionais. “A participação dos delegados alagoanos é uma demonstração do nosso compromisso com a construção de políticas públicas inclusivas e transformadoras. Quando levamos as nossas experiências para o debate nacional, fortalecemos não apenas a economia solidária local, mas, também, reafirmamos o papel de Alagoas como protagonista na defesa de um desenvolvimento mais justo e sustentável”, afirmou.

A delegação alagoana representou segmentos como associações de artesãs, cooperativas agrícolas, universidades e instituições públicas, compondo os eixos de Empreendimentos, Poder Público e Organizações da Sociedade Civil. Dessa forma, o estado esteve presente em pautas estratégicas para o setor e para o fortalecimento da economia solidária.

 

Para a delegada Ivanilda da Conceição, da Coopvila, que atua como catadora de materiais recicláveis, a experiência foi marcante. “Foi de extrema importância poder representar Alagoas na Conferência, especialmente após mais de 10 anos sem a realização do evento. Nesses espaços, discutimos a realidade local e, sobretudo, fortalecemos os princípios da economia solidária e a luta diária que travamos em nossos territórios”.

 

4ª Conferência Nacional de Economia Solidária

 

A conferência representou a retomada desse espaço de diálogo e construção, após mais de uma década sem sua realização. Foram promovidos debates e sistematizadas as propostas vindas das etapas preparatórias realizadas em todo o país, que incluíram 185 conferências municipais, 27 estaduais e 14 temáticas. Como resultado, foram aprovadas 80 propostas de políticas públicas, fruto do trabalho coletivo das conferências territoriais, municipais e estaduais.

 

De acordo com Ivanilda, as propostas debatidas em Alagoas tiveram peso no processo nacional. “O mais gratificante é que as propostas debatidas durante as conferências em Alagoas foram reorganizadas e consolidadas na esfera nacional, garantindo que todos os estados que realizaram suas etapas fossem contemplados. Ao voltarmos para Alagoas, levamos na bagagem a certeza de que a luta continua. Vamos seguir trabalhando para que as propostas escolhidas nacionalmente sejam implementadas, acompanhando, cobrando e organizando esforços para manter a economia solidária viva em nosso estado", destacou Ivanilda.