Polícia Científica detalha procedimentos em residência após suspeita de intoxicação que vitimou idoso em Penedo
Exames laboratoriais e perícia no local buscam identificar agente tóxico responsável pela morte de Antônio Bispo e hospitalização de duas mulheres no bairro Dom Constantino.
A Polícia Científica de Alagoas informou, nesta terça-feira (17), que adotou uma série de exames técnico-científicos após a suspeita de intoxicação envolvendo três idosos no bairro Dom Constantino, em Penedo. O caso, que resultou na morte de Antônio Bispo e na hospitalização de duas mulheres, mobilizou diversas unidades periciais do estado, desde o atendimento inicial até a etapa laboratorial.
O trabalho teve início quando o Instituto de Criminalística (IC) de Arapiraca foi acionado pelo Centro de Integração de Operações da Segurança Pública (CIOSP) para realizar perícia na residência onde ocorreu o episódio. A perita criminal Isadora Davi, responsável pelo atendimento, detalhou os procedimentos técnicos adotados e os materiais coletados para análise.
Segundo a perita, em casos de suspeita de envenenamento, a perícia criminal no local do fato busca identificar a fonte do agente tóxico, os alimentos utilizados como veículo para o consumo e outros vestígios relacionados à autoria e à dinâmica da ocorrência.
“Na perícia inicial, foram identificados e recolhidos na cozinha da residência alimentos consumidos durante o almoço, como feijão cozido, feijão tropeiro, arroz e vinagrete. No feijão tropeiro, chamaram atenção grânulos visíveis do material questionado, indicando possível contaminação”, relatou a perita.
A inspeção pericial também se estendeu a outros cômodos. “Em uma lixeira localizada em um dos quartos, foi encontrado um recipiente contendo o material questionado, com características de agente tóxico, a ser confirmado pelo laboratório de química forense. Em uma caneca, foram identificados resíduos semelhantes ao produto questionado, sugerindo diluição em água e ingestão, situação que será confirmada mediante exame químico”, explicou Isadora Davi.
Paralelamente às análises ambientais, o corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Arapiraca. No exame de necropsia realizado pelo perito médico legista Francisco Milton, foram coletadas amostras biológicas de sangue e conteúdo estomacal para análises complementares.
As amostras ambientais recolhidas pelo Instituto de Criminalística, além do material biológico coletado no IML, serão encaminhadas ao Laboratório Forense de Química e Toxicologia. Esse material passará por exames específicos para identificar substâncias tóxicas e determinar sua relação com o quadro clínico e o óbito de Antônio Bispo.
O resultado do trabalho integrado entre as unidades de Criminalística, Medicina Legal e Laboratório Forense deverá fornecer, em breve, subsídios técnicos essenciais para esclarecer se houve intoxicação e confirmar a natureza do agente envolvido. Os laudos periciais serão determinantes para a conclusão da dinâmica do fato e para orientar as investigações conduzidas pela Polícia Civil.