RECONHECIMENTO DE TALENTOS MUSICAIS

Maestro Julião resgata memória musical de Palmeira dos Índios

Durante encontro do Pio XII, músico lembra nomes que marcaram a história cultural da cidade

Por Redação com Cláudio André Publicado em 29/09/2025 às 08:52

No décimo encontro dos ex-alunos do Colégio Pio XII, realizado no último domingo (28), em Palmeira dos Índios, o Maestro Julião emocionou os presentes ao resgatar a memória musical da cidade, destacando personagens e talentos que, segundo ele, muitas vezes parecem esquecidos pela história oficial.

“Parece que não tivemos aqui um Vicente, um dos maiores pianistas que já vi nos países por onde passei. Parece que não existiu João Evangelista, o Vange, único homem em Alagoas que tocava uma tuba wagneriana. Parece que não tivemos Florciano, José Gonçalves Filho, o maior maestro que essa terra já teve, Libório, Genário, um dos maiores saxofones do Brasil, e Manuel Moraes, um dos grandes regentes do país”, citou Julião em um depoimento vibrante, que foi recebido com aplausos.

O maestro relembrou ainda a venda da casa de Graciliano Ramos a seu tio, Zé da Paulo, vereador por nove legislaturas, e a ligação estreita entre o escritor e sua família. Aproveitou para criticar o uso indevido do nome de Graciliano em iniciativas que, em sua opinião, não estão à altura do legado do escritor. “Que se faça um instituto de altíssima intelectualidade e coloque-se o nome Graciliano e não para uma orquestra onde se deveria homenagear os grandes músicos palmeirenses”, afirmou.

Julião também exaltou mestres que inspiraram sua trajetória, como Luiz Neves, um dos grandes acordeonistas do Brasil, e lembrou que iniciou seus estudos musicais com Dona Lúcia Gérgis, irmã do acordeonista. “Minha primeira banda foi a Santa Cecília, e tenho o maior orgulho desse começo”, disse.

A fala do maestro se tornou um verdadeiro manifesto pela valorização da memória musical de Palmeira dos Índios, resgatando a contribuição de artistas que ajudaram a formar a identidade cultural do município.