Homicídio de médico em Arapiraca foi motivado por quebra de medida protetiva e disputa por guarda da filha
A vítima teria sido absolvida da suspeita do crime de estupro de vulnerável contra a própria filha em 2024.
O homicídio do médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, ocorrido na entrada da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sítio Capim, em Arapiraca, teve novos detalhes revelados pelo 3º Batalhão da Polícia Militar (PM) neste domingo (16). A autora do crime, ex-companheira da vítima, teria agido após alegar que o médico havia quebrado uma medida protetiva.
De acordo com o relatório da PM, a vítima, de 38 anos, foi encontrada com uma perfuração de tiro no peito dentro de seu carro. Uma testemunha contou aos policiais que Alan Carlos foi ao local para entregar um bolo para ela. No momento em que chegou, a autora, também de 38 anos, desceu de um Jeep com uma arma em punho.
A mulher mandou o médico abaixar o vidro do carro e afirmou que ele havia quebrado uma medida protetiva, proferindo a ameaça: "Você quebrou a medida protetiva, vou te matar".
Alan Carlos tentou fugir dando marcha à ré, mas a mulher começou a efetuar disparos. A vítima seguiu dando a ré por mais alguns metros, mas acabou parando após ser ferido. A autora chegou a apontar a arma para a testemunha, afirmando que "só não vou lhe matar porque acabou a munição", antes de fugir em seu veículo.
Disputa por Guarda e Acusação de Estupro
A motivação do crime está ligada a uma intensa disputa judicial pela guarda da filha do ex-casal. A ex-companheira havia acusado o médico de estupro de vulnerável contra a própria filha em 2024.
No entanto, a defesa do médico alegou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) provou que a criança não sofreu abuso sexual. Alan Carlos havia sido absolvido do crime e, recentemente, tinha entrado com um processo solicitando a guarda compartilhada da criança. A possibilidade dessa guarda pode ter motivado a ex-companheira a cometer o crime.
O relatório policial aponta que, na semana passada, a vítima ganhou o direito de ver a filha um dia por semana, fato que deixou a autora "irresignada com a decisão do magistrado". Além disso, há informes de que a autora teria dito a pessoas próximas que, se perdesse a guarda, mataria a filha e se mataria.
A filha do ex-casal estava com a avó materna no momento do homicídio. O Conselho Tutelar verificou que elas estavam bem e seguras, e a criança ficou sob a guarda da avó materna após decisão judicial.