Mesmo bloqueado nas redes sociais e com chamadas telefônicas restritas, um homem investigado por tentar envenenar a ex-companheira utilizou o sistema de transferências instantâneas (Pix) como ferramenta de perseguição. O caso de assédio digital foi denunciado pela vítima, moradora do bairro de Ipioca, em Maceió, em entrevista neste sábado (22).

A mulher, que preferiu não se identificar, relatou que vive uma rotina de medo desde que decidiu encerrar um relacionamento de dez anos. Diante da insistência do suspeito e do histórico de abusos, ela recorreu à Justiça e obteve uma medida protetiva de urgência. No entanto, a ordem judicial não foi suficiente para cessar o contato.

"Depois que a medida entrou em vigor, passei uma semana em paz, sem notícias dele. Mas os Pix não pararam. Ele mandava um centavo, dois, cinco… e em cada transferência vinha uma mensagem”, detalhou a vítima à TV Pajuçara.

Segundo o relato, o conteúdo dos recados bancários era instável, alternando momentos de súplica por reconciliação com ameaças veladas. “Uma hora dizia que me amava, que eu estava sendo teimosa por não voltar. Em outras, afirmava que eu ia pagar pelo que estava fazendo, que não queria me ver nem pintada de ouro. Ele oscilava entre o ódio e o amor”, desabafou.