ESCÂNDALO NO FUTEBOL

Presidente do CSE, José Barbosa, publica pronunciamento após afastamento, denuncia boicotes, ilegalidades e tentativa de tomada do clube

Gestor afirma que não renunciou ao cargo, denuncia bloqueios financeiros e acusa grupo de agir à margem do estatuto do clube

Por Redação Publicado em 11/04/2025 às 08:19

PALMEIRA DOS ÍNDIOS – Em pronunciamento oficial divulgado nesta sexta-feira (12), o presidente do CSE – Clube Sociedade Esportiva, José Barbosa, rompeu o silêncio e expôs em detalhes a crise institucional vivida pelo clube. No documento, Barbosa afirma que não renunciou ao cargo, denuncia boicotes e ataques coordenados por parte de um grupo que tenta assumir o controle do clube de forma “ilegal, autoritária e antidemocrática” e alerta para a situação financeira crítica da entidade.

Segundo o presidente, a conta bancária oficial do CSE está bloqueada há quase dois meses por interferência de um grupo que, “de forma arbitrária, agiu à revelia do estatuto e dos trâmites legais”. Esse bloqueio teria impedido o pagamento de obrigações básicas do clube, inclusive com fornecedores, atletas e com a estrutura logística da equipe.

Barbosa também denuncia que, mesmo com o título da Copa Alagoas 2024, o ambiente nos bastidores do CSE se deteriorou após “ataques públicos, ações orquestradas e desrespeito à história e ao estatuto do clube”.

Tentativa de tomada do poder

Sem citar nomes diretamente, mas em clara referência ao jogador Ibson Melo, que se autointitula presidente do Conselho Deliberativo, José Barbosa afirma que não reconhece as supostas decisões de uma Assembleia Geral realizada de forma irregular, da qual não participou nem foi notificado formalmente. Para ele, o movimento representa uma “tentativa de golpe” para tomar o clube à força.

“Não reconheço os atos ilegítimos realizados em nome do clube e informo que continuo no exercício legal da presidência, conforme registrado em cartório e junto à Federação Alagoana de Futebol”, destacou.

Abandono e silêncio da Prefeitura

O presidente também critica a omissão da Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios, que, segundo ele, deveria zelar pelo patrimônio público do estádio Juca Sampaio, mas tem se omitido ou mesmo contribuído com a escalada autoritária que atinge o clube.

Barbosa lamenta que, apesar das conquistas recentes e de ter resgatado a dignidade do CSE em meio à escassez de recursos, esteja sendo tratado como “inimigo” por quem deveria defender o clube. Ele reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e com a torcida tricolor.

Apelo à torcida e à justiça

No fim do documento, o dirigente faz um apelo ao torcedor:

“Peço que o torcedor se mantenha vigilante. O CSE pertence ao povo de Palmeira dos Índios, e não pode ser apropriado por interesses individuais. Nosso clube não está à venda.”

Ele ainda confirma que ações judiciais estão sendo tomadas e que prestará contas publicamente de todos os recursos recebidos e investidos durante sua gestão.

A nota de José Barbosa chega em um momento de efervescência política dentro e fora do clube, com denúncias de perseguição, censura a conselheiros, corte de energia nos alojamentos do clube e articulações de figuras políticas para tomar o comando da agremiação centenária de Palmeira dos Índios.

A crise no CSE segue sem previsão de desfecho, mas agora, com documentos públicos e cobranças claras, a pressão promete aumentar — dentro e fora das quatro linhas.