Arqueólogos encontram espadas mais antigas do mundo forjadas há 5.000 anos na Turquia (FOTOS)

Arqueólogos descobriram no Monte Arslantepe, na Turquia, as espadas mais antigas do mundo, datadas de 3.300 a.C. Feitas de cobre com arsênio, elas revelam os primeiros passos da humanidade na guerra, na metalurgia e na construção do poder político.
Nas planícies da Anatólia Oriental, às margens do rio Eufrates, encontra-se o Monte Arslantepe, um sítio arqueológico próximo a Malatya, na Turquia, que se tornou um marco na história da civilização. Reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO, o local revelou as espadas mais antigas conhecidas, datadas de mais de 5.000 anos, oferecendo uma nova perspectiva sobre os primórdios da autoridade, da guerra e da metalurgia.
A descoberta foi feita nos anos 1980 pela arqueóloga Marcella Frangipane e sua equipe, que encontraram nove armas — três espadas curtas e seis adagas longas — em um palácio de tijolos de barro datado do final do 4º milênio a.C. Esse achado surpreendeu o mundo acadêmico, pois empurrou a origem das espadas para cerca de 3300 a.C., muito antes do que se acreditava anteriormente.

As lâminas foram feitas de uma liga de cobre com arsênio, uma técnica avançada para a época, que resultava em armas mais resistentes. Três delas eram decoradas com prata, sugerindo que tinham valor simbólico além do utilitário. Com comprimentos entre 45 e 60 centímetros, essas armas se situam entre adagas longas e espadas curtas, mas já apresentavam todos os elementos essenciais de uma espada.
De acordo com os arqueólogos, a sofisticação dessas armas indica que a metalurgia já era usada como ferramenta de poder e prestígio. O fato de terem sido encontradas em um possível "salão de armas" dentro do palácio reforça sua ligação com as elites emergentes de Arslantepe, que viviam uma transição de uma sociedade tribal para uma estrutura política centralizada.
Os especialistas revelam que essas armas provavelmente tinham dupla função: eram eficazes em combate corpo a corpo e também serviam como símbolos de autoridade. Em sociedades antigas, armas ornamentadas frequentemente legitimavam o poder de chefes e guerreiros, sendo usadas em cerimônias e rituais para impressionar e intimidar.
A localização estratégica de Arslantepe, entre a Anatólia, a Mesopotâmia e o Cáucaso, favorecia o intercâmbio cultural e comercial o que se reflete na arquitetura e nos artefatos encontrados, que revelam uma sociedade complexa, com palácios, templos e sistemas administrativos sofisticados.

O sítio arqueológico possui camadas de ocupação que remontam ao 6º milênio a.C., evidenciando uma das primeiras cidades-Estado da história. Em 2021, foi oficialmente reconhecido pela UNESCO por sua importância na compreensão da formação do Estado, da urbanização e da inovação tecnológica.
Apesar de ter sido atingido por terremotos em 2023, Arslantepe resistiu bem graças a medidas de conservação. As espadas ali encontradas continuam sendo testemunhos poderosos da transição da humanidade da pedra ao metal, da tribo ao Estado, e do guerreiro ao governante — símbolos de um tempo em que o poder era forjado no fogo e moldado à mão.