Carlo Ancelotti deixou Lille com um sentimento misto de autocrítica e confiança após o empate do Brasil com a Tunísia por 1 a 1. O técnico explicou a opção de substituir Estêvão por Paquetá na segunda cobrança de pênalti — decisão que culminou no chute para fora — e admitiu que a seleção brasileira teve um início ruim, reagindo apenas na etapa final.

“Paquetá é o cobrador de pênaltis. Quando chegou o segundo, mudei porque pensei que tiraria um pouco da pressão do Estêvão. O Paquetá geralmente cobra muito bem”, justificou o treinador ao comentar o lance que poderia ter garantido a vitória brasileira nos minutos finais.

Ancelotti também reconheceu que a Tunísia expôs uma dificuldade recorrente da equipe: furar defesas fechadas. “Eles defendem com um bloco muito baixo e, pela nossa característica, é mais complicado abrir essas defesas. Começamos o jogo mal e, aos poucos, reagimos”, analisou. “No segundo tempo, fizemos a partida que deveríamos ter feito.”

O italiano avaliou que as duas semanas de preparação deixaram lições valiosas, especialmente para confrontos contra times mais defensivos. “Foram semanas muito boas contra equipes de características diferentes. Tivemos mais oportunidades no primeiro jogo do que no segundo. Aprendemos muito para enfrentar equipes com bloco baixo”, afirmou.

Ancelotti fez questão de afastar qualquer distinção entre atletas que atuam na Europa e no Brasil, ressaltando que a análise é exclusivamente técnica. “Não vejo se o jogador atua na Europa ou no Brasil. Vejo se é bom para a equipe, se ajuda. A equipe está melhor do que antes desses dois jogos.”

O treinador ainda deu um indicativo sobre a convocação final para a Copa do Mundo. “Muitos jogadores estão certos na lista. Faltam alguns, mas a lista está bastante completa”, revelou, lembrando que o calendário intenso pode influenciar decisões nos próximos seis meses.

Apesar da oscilação apresentada, Ancelotti demonstrou confiança no projeto e no grupo. “O ambiente está no caminho correto para chegar ao mais alto nível. Tenho muita confiança nesta equipe. Os jogadores são sérios, profissionais, patriotas e têm muito carinho pela camisa — e isso é muito importante.”