ARQUEOLOGIA

Escavação revela práticas brutais romanas nas Guerras Cantábricas no norte da Espanha

Descoberta de crânio decapitado em fortificação cantábrica lança luz sobre táticas e simbolismo militar de Roma durante conquista da Península Ibérica.

Por Sputinik Brasil Publicado em 22/11/2025 às 06:22
© Foto / Arqueologia para Vestfália/C. Bariszlovich

Arqueólogos desenterraram evidências impactantes das Guerras Cantábricas ao escavar uma antiga colina fortificada em La Loma, no norte da Espanha.

Durante as escavações, foi encontrado um crânio humano fraturado sob pedras caídas, conforme relata o portal Arkeonews. A descoberta é considerada uma das provas humanas mais reveladoras do conflito, ocorrendo exatamente no local onde a campanha romana atingiu seu ápice de violência.

Restos do guerreiro revelados na Espanha.
Restos do guerreiro revelados na Espanha.
"A cabeça do homem havia sido decepada e exibida publicamente pelos soldados romanos como um símbolo de vitória antes que as fortificações fossem intencionalmente destruídas. A descoberta oferece uma janela extraordinariamente vívida para as táticas, simbolismo e custo humano da conquista final da Península Ibérica por Roma", destaca a publicação.

La Loma, situada na atual província de Palencia, era um forte no topo de uma colina pertencente aos Camarici, povo cantábrico que resistiu bravamente ao domínio romano.

Durante a guerra, o Exército romano cercou o local com extensas fortificações e concentrou seus ataques na entrada nordeste, conseguindo conquistar o forte após intensos combates.

Os fragmentos do crânio foram encontrados sob os escombros das muralhas derrubadas, indicando que a cabeça esteve exposta ao ar livre antes de ser destruída.

O plano do território onde a descoberta foi feita.
O plano do território onde a descoberta foi feita.

De acordo com o artigo, a exibição de cabeças decapitadas era uma prática militar comum no Mediterrâneo antigo, utilizada para intimidar os adversários.

Análises genéticas e antropológicas indicam que o indivíduo provavelmente era um defensor local.

O achado é considerado raro e fundamental para compreender melhor as Guerras Cantábricas e a experiência humana diante das campanhas romanas no norte da Península Ibérica.