O Real Madrid anunciou neste domingo um plano para reformar seu estatuto e permitir que investidores externos possam adquirir até 10% das ações do clube. A proposta foi apresentada pelo presidente Florentino Pérez durante a assembleia geral, realizada no centro de treinamento de Valdebebas.

“Continuaremos sendo um clube de sócios, mas precisamos criar uma subsidiária na qual os 100 mil sócios do Real Madrid sempre mantenham o controle absoluto”, afirmou Pérez. Segundo ele, essa subsidiária poderia incorporar uma participação minoritária — por exemplo, de 5%, nunca superior a 10% — de um ou mais investidores comprometidos com o longo prazo e dispostos a contribuir com recursos próprios.

Ao detalhar a proposta, Pérez destacou que essa seria “a maneira mais clara e convincente de avaliar nosso clube”. Ele ressaltou que o interesse de investidores em aportar valores significativos por uma participação simbólica demonstra o valor do Real Madrid. “Ao mesmo tempo, uma participação tão limitada garante que o controle, a governança e a essência do clube sempre permanecerão nas mãos dos sócios, nossos representantes e nossa diretoria”, acrescentou.

O presidente explicou ainda que os termos da proposta exigem que os investidores respeitem os valores do clube, contribuam para seu crescimento e ajudem a proteger o patrimônio do Real Madrid contra ataques externos. O clube também manteria o direito de recomprar os ativos adquiridos pelos investidores. “Em resumo, eles serão um aliado estratégico e nunca um proprietário”, resumiu Pérez.

Pérez reiterou diversas vezes que os sócios, cuja opinião será ouvida em referendo sobre a reforma, jamais perderiam o controle do clube. Ele garantiu que os atuais 100 mil associados permanecerão reconhecidos como os verdadeiros donos do Real Madrid, com o número de sócios fixado para o futuro.

“Com essa proteção em vigor, ninguém poderá diminuir nosso status como proprietários ou alterar o equilíbrio que garante a independência e a estabilidade do Real Madrid. Seremos nós, os sócios de hoje, que teremos a responsabilidade de salvaguardar nossa cultura de valores e garantir que nosso clube continue a liderar o futebol mundial por muitas gerações”, afirmou.

Por fim, Florentino Pérez justificou a reforma estatutária como uma medida para “proteger o clube de ataques externos e internos aos nossos ativos e destacar seu valor para que todos tenhamos consciência do tesouro que nós, como sócios, temos em mãos”. O presidente também fez críticas ao presidente da La Liga, Javier Tebas, e à Uefa, a quem acusou de tentar reduzir a arrecadação do clube merengue.