Arqueólogos que atuam na fortaleza medieval de Zorita de los Canes, na região central da Espanha, encontraram o esqueleto de um homem de meia-idade com um crânio excepcionalmente alongado e estreito. A descoberta, relatada pela revista Archaeology News, pode estar relacionada à ordem militar-religiosa de Calatrava.

Segundo a publicação, o crânio chamou a atenção dos especialistas devido à sua elongação extrema, medindo 230 mm de comprimento por 122 mm de largura, o que o classifica como ultradolicocefálico — fora dos padrões normais.

"Exame detalhado revelou fusão prematura das suturas cranianas sagital, escamosal e esfenofrontal, condição conhecida como craniossinostose, que interfere no crescimento normal do crânio e exerce pressão sobre o cérebro em desenvolvimento; atualmente, essa condição é tratável cirurgicamente, mas tais intervenções não existiam na Europa medieval", destaca a revista.

A matéria acrescenta que o padrão das suturas fundidas e a base estreita do crânio indicam craniossinostose sindrômica, provavelmente decorrente da síndrome de Crouzon, causada por mutações genéticas que afetam o desenvolvimento craniofacial.

Apesar de ser uma condição rara em adultos no contexto arqueológico, o homem sobreviveu até os 40 e poucos anos, apresentando sinais de intensa atividade física em seu esqueleto.

Lesões traumáticas sem sinais de cicatrização sugerem que ele tenha tido uma morte violenta, possivelmente em combate.

A combinação entre deformidades cranianas, idade avançada e ferimentos relacionados a batalhas torna esse caso um exemplo incomum de sobrevivência com essa síndrome na Europa medieval.

O artigo conclui que o estudo oferece uma perspectiva singular sobre a interseção entre doença hereditária, longevidade e identidade militar nesse período histórico.

Por Sputnik Brasil