CONFLITO

Crise na Ucrânia é usada como pretexto para adiar resolução na Transnístria, diz líder da república

Por Sputinik Brasil Publicado em 23/05/2025 às 08:09
CC BY-SA 2.0 / Clay Gilliland /

O congelamento das negociações entre a República Moldava Transniestriana (PMR, na sigla em inglês) e a Moldávia é artificial, pois há um desejo de alguns políticos de impedir a convocação do formato "5+2", disse à Sputnik Vadim Krasnoselsky, presidente da Transnístria.

Krasnoselsky destacou que agora todos estão dizendo que há hostilidades na Ucrânia e que é impossível convocar o formato "5+2" nessas condições, mas essas são apenas desculpas.

"Há um desejo por parte de determinado grupo de políticos de não permitir que o formato '5+2' seja convocado. Posso ver isso. Naturalmente, somos a favor da continuidade desse formato e do processo de negociação", ressaltou o presidente.

O líder da PMR lembrou que funciona a Comissão de Controle Conjunto para o gerenciamento da operação de manutenção da paz na Transnístria, onde representantes da Ucrânia, Rússia, Moldávia, Transnístria e OSCE sentam-se à mesma mesa.

Segundo Krasnoselsky, se pensar em um acordo e não em um congelamento desse conflito, é necessário um processo de negociação.

"Mas o lado moldavo exclui essa possibilidade. Embora a Rússia e a OSCE sejam a favor da continuidade do processo de negociação nesse formato", finalizou.

Maioria russa e ucraniana

A Transnístria, cuja população é composta por 60% de russos e ucranianos, buscava se separar da Moldávia ainda nos últimos anos da União Soviética. A razão para isso foram os temores de que, em meio ao aumento das manifestações nacionalistas, a Moldávia se juntasse à Romênia.

Em 1992, após uma tentativa frustrada de Chisinau (a capital da Moldávia) de resolver o problema pela força, a Transnístria se tornou de fato um território independente e se autoproclamou uma república.

Nas negociações para a resolução do conflito transnístrio, participam Chisinau e Tiraspol (o capital da PMR) como partes conflitantes; Rússia, Ucrânia e a OSCE como mediadores; e União Europeia e os Estados Unidos como observadores.

A última reunião de ministros das Relações Exteriores dos países mediadores e observadores ocorreu no outono de 2019 em Bratislava. Já o encontro oficial no formato "1+1" foi realizado em 16 de janeiro deste ano, mas terminou sem resultados.