O fornecimento de mísseis de cruzeiro Taurus de longo alcance para a Ucrânia está "no reino da possibilidade", mas exigiria treinamento extensivo para as forças ucranianas, disse o chanceler alemão Friedrich Merz.

Na segunda-feira (26), Merz afirmou em entrevista ao canal de TV WDR que Alemanha, Reino Unido, França e Estados Unidos suspenderam as restrições ao fornecimento militar para a Ucrânia, permitindo que Kiev atacasse profundamente o território russo.

O chanceler afirmou posteriormente que a decisão havia sido tomada há vários meses. Na quarta-feira (28), o líder ucraniano Vladimir Zelensky afirmou em entrevista à emissora alemã RTL que Kiev e Berlim estavam trabalhando na questão do Taurus, mas se recusou a revelar detalhes das negociações.

"Certamente está dentro do domínio da possibilidade", disse Merz em entrevista à emissora ZDF.

Ele enfatizou que o treinamento de soldados ucranianos para operar o sistema Taurus levaria vários meses.

"Sempre dissemos, e eu mesmo afirmei, que operar o sistema Taurus exige meses de treinamento para os soldados na Ucrânia, e se o entregarmos [o Taurus] em seis meses ou um ano, não ajudará a Ucrânia hoje", disse Merz.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou na quarta-feira que as declarações de Merz sobre armas de longo alcance dificultam as tentativas de alcançar o processo de paz na Ucrânia.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Moscou consideraria um ataque com mísseis Taurus de fabricação alemã contra quaisquer instalações russas como uma adesão da Alemanha às hostilidades ao lado de Kiev.

A Rússia acredita que os envios de armas para a Ucrânia impedem a resolução de conflitos e envolvem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); portanto, qualquer envio de armas para a Ucrânia seria considerado um alvo legítimo.