Festival de Cinema de Pilar destaca personagens e memórias que marcaram a cultura popular da cidade
Solenidade de abertura ocorreu nesta quinta-feira (29), no Cine Pilarense, com homenagens e celebrações aos cem anos do cinema em Pilar

A celebração dos cem anos do Cine Pilarense aconteceu nesta quinta-feira (29) com a vibrante solenidade de abertura do 1º Festival de Cinema de Pilar, que trouxe para o centro do palco as produções do audiovisual alagoano, as memórias sobre a revitalização do cinema do município e personagens que participaram da história e da cultura popular local.
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A abertura oficial começou com uma apresentação cultural do grupo de capoeira Resistência, composto por cerca de 20 crianças e jovens de Pilar. A roda e os batuques ensaiados no Cine Pilarense também atraíram o público presente, que se entregou ao compasso das palmas e ao jogo de acrobacias.
Entre as autoridades, estavam a prefeita de Pilar, Fátima Resende, o ex-prefeito Renato Filho, a deputada estadual Fátima Canuto, o secretário de Educação e Cultura, Clewerton Cavalcante; o secretário de Barra de Santo Antônio, Eloy González, a diretora de Cultura de Pilar, Ruthnea Camêlo, o superintendente da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Solidária (Secult-AL), Wyllyson Santos, que representou a secretária Mellina Freitas, e o diretor do Cine Pilarense, Sérgio Moraes.
Momento de falas
Após a roda de capoeira, a prefeita Fátima Resende subiu ao palco para fazer seu discurso e ficou emocionada ao relembrar a trajetória do Cine Pilarense.
"Hoje é um dia muito importante. Temos um Cine Pilarense estruturado e pronto para receber o que tiver de melhor da cultura no nosso país. Graças a um trabalho árduo de toda uma equipe que sempre foi voltada para a melhoria do nosso município, capitaneada pelo nosso ex-prefeito Renato Filho", disse a prefeita.
A noite continuou com uma homenagem feita pela equipe do festival para o ex-prefeito Renato Filho, popularmente conhecido como Renatinho. O vídeo destacou fotos de diversos momentos que foram registrados durante o processo de reconstrução do cinema, a intensa participação de Renato na reforma e os eventos que já aconteceram no espaço.
Logo depois, o diretor do festival Dário Júnior entregou um troféu nas mãos do ex-gestor, que, visivelmente surpreso, enfatizou seu compromisso com a cidade e desejou ainda mais avanços.
"Estamos aqui vivendo a história. Naquela época, esses cinemas de rua eram a bola da vez, e com o surgimento dos cinemas de shoppings centers, os cinemas de rua foram se acabando. O que estamos fazendo é manter a história viva de um equipamento que fez e faz parte da história belíssima dessa cidade. Então, não poderíamos jamais deixar que esse espaço se acabasse e, assim como outros espaços, restauramos. Muitos disseram que não íamos fazer, e a gente foi lá e fez, não só com o cinema, mas com demais coisas da cidade", pontuou Renato Filho.
O diretor do festival encerrou o momento de falas agradecendo aos fazedores de cultura e ao Renato Filho pela dedicação à arte e à tradição no município.
"Este cinema mudou a minha vida, e nada melhor que uma homenagem dessas. Com muita honra e muita alegria, vivo da cultura, vivo por ela e para ela. Me sinto muito honrado e super feliz. E sobre a homenagem para Renato, para mim foi uma honra. Digo sempre que ele é o menino maluquinho que gosta de ver o povo feliz e realizado. Obrigado pelo apoio de sempre", concluiu o diretor.
Exibição de abertura
Foram exibidos dois documentários de curta duração: "Márcia e a Cabeça do Divino", dirigido por Dário Júnior, e "Treme Terra", sob direção de Viviane Araújo. O primeiro traz depoimentos de Mestra Márcia sobre sua relação com o artesanato feito com o bagre do Pilar, que tem uma estrutura interna parecida com o Cristo na cruz. Com maestria e poesia visual, o filme mostra o percurso que Márcia faz para construir o artefato
O segundo filme conta a história do Guerreiro mais antigo de Pilar, o Treme Terra, e mostra o descontentamento do grupo ao ver o folguedo aos poucos saindo de cena, tendo como uma pequena válvula de esperança a difusão da cultura popular nas escolas.
Houve também a exibição do videoclipe da música "Invencíveis", do cantor de Pilar, Black Will. O clipe reúne símbolos e personagens da negritude e da resistência popular que têm relação com as próprias vivências do cantor.
O encerramento da solenidade ocorreu após a exposição dos filmes e a entrega de um troféu à Mestra Márcia, que estava na plateia.
O festival faz parte do projeto que foi contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult). O evento também tem a realização da Inreais Filmes, o apoio da Prefeitura de Pilar, através da Secretaria de Educação e Cultura, da Secretaria de Turismo e Eventos, da Casa da Cultura de Pilar, além da Bombix e Sambacaitá Produções, e da direção do Cine Pilarense, representado por Sérgio Moraes.