A Mostra Infantil, do 1º Festival de Cinema de Pilar, foi realizada nessa sexta-feira (30) com a participação e o prestígio de cerca de 130 estudantes da rede pública do município. Entre animações e ficções do imaginário infantil e da cultura popular, estavam na plateia as crianças com os olhos de inspiração e a curiosidade voltada para a tela do Cine Pilarense.

Foram exibidos quatro curtas-metragens: "Menina Semente", dirigido por Túlio Beat (PE), "Diafragma", de Robson Cavalcante (AL), "O Menino e o Bagre", de Karlos Jorge (AL), e "Maré Braba", de Pâmela Peregrino (CE).

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O diretor Túlio Beat e o ator Pedro Zaidan, que foi o protagonista do filme "O Menino e o Bagre", estiveram na plateia para prestigiar o evento. Túlio destacou que se encantou ao conhecer mais o cinema alagoano, e ficou emocionado quando viu a reação das crianças durante a exibição.

"Foi tudo incrível. Eu acho massa quando os festivais se conectam com a educação, com as escolas, porque acho que é aí que vem a formação de público, que tanto falta no cinema brasileiro. O cinema é uma ferramenta fundamental para que isso surja, e eu vi que o festival de Pilar tem essa característica. Penso que esse tipo de evento estimula muitas coisas positivas na vida dessas crianças", disse o cineasta.

Os alunos William Murilo, de 9 anos e Miguel Lucas, de 8, contaram que o curta que chamou mais a atenção deles foi o "O Menino e o Bagre". Murilo ficou impressionado quando viu o amigo Zaidan na tela do cinema. "O menino ficou ajudando a tia dele, foi muito gentil, gostei na hora que ele foi na orla ajudar a tia. Me senti feliz e alegre assistindo os filmes e vendo meu amigo na tela do cinema. Foi bonito de ver."

"Eu achei os filmes muito bons, eu até participei do filme do bagre. E esse filme foi feito lá na orla. Participar do filme foi muito bom, gostei demais. Achei muito bonito, gostei bastante", disse Miguel Lucas.

Um rápido olhar sobre os curtas-metragens

O primeiro filme mostra a curta trajetória de uma menina indígena que é transformada em semente e, após anos, volta a ser humana para tentar sobreviver ao caos em que a terra se encontra. Túlio expõe ao espectador um parâmetro da realidade do mundo e as questões envolvidas ao seu redor, como a degradação ambiental, a tecnologia e a desigualdade social.

No segundo curta a protagonista da vez é a história de um jovem que perdeu a visão quando era criança. A animação de poucos minutos conta, de uma forma lúdica e colorida, a trajetória e o crescimento desse jovem com a cegueira, seus desafios e suas vulnerabilidades.

"O Menino e o Bagre" é uma produção de Pilar, gravado na orla e com moradores da cidade. Na história, uma criança encontra um bagre falante no meio da lagoa e pede orientações sobre o que deve fazer para ajudar a tia, que é artesã e que não está conseguindo vender seus produtos.

O último filme "Maré Braba" propôs uma conexão entre o didático e as questões que envolvem o meio ambiente e o capitalismo. A animação, feita com bonecas de pano, mostra a história de moradores e pescadores de uma localidade que são surpreendidos por empresários de construtoras, que estão a fim de levantar prédios comerciais no lugar das antigas moradias.

Sobre o Festival de Cinema de Pilar

O festival faz parte do projeto que foi contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult).

O evento tem a realização da Inreais Filmes, o apoio da Prefeitura de Pilar, através da Secretaria de Educação e Cultura, da Secretaria de Turismo e Eventos, da Casa da Cultura de Pilar, além da Bombix e Sambacaitá Produções, e da direção do Cine Pilarense, representado por Sérgio Moraes.