O Festival de Cinema de Pilar foi abraçado mais uma vez por estudantes e moradores da região na noite dessa sexta-feira (30), segundo dia de evento. Grande parte das poltronas do Cine Pilarense foram ocupadas, famílias reagiram aos dramas e à comicidade dos filmes, crianças e adolescentes conheceram de perto a produção audiovisual, e tudo isso em meio a uma celebração no meio do palco e nas telas do cinema.

Foi também a noite da Mostra Manguaba, que reuniu três documentários de curta duração e um filme híbrido. O primeiro filme exibido, por exemplo, foi o "Riacho Doce", dirigido por Vanessa Mota.

O documentário mostra a história de famílias que sobrevivem das casas de farinha da região e da venda de bolos tradicionais produzidos por gerações, uma tradição cultural permeada por resistência e memória.

O segundo curta "Impedimento", de Renata Baracho, retrata as diferentes histórias de mulheres que amam o futebol, que atravessam vários aspectos de suas vidas profissional e pessoal.

"Luz, Câmera e Produção", dirigido por Adriana Manolio, é um curta-metragem meio documentário e meio ficção que expõe de forma cômica o trabalho dos produtores audiovisuais e seus desafios durante o percurso das filmagens.

Por fim, o "Cine-Guarany", de Karolina Justino, volta ao passado do cinema de rua de Rio Largo que marcou gerações e que agora está em ruínas e esquecido. As imagens revelam um cinema antes e depois, com vídeos e fotos de aquivo, depoimentos de personagens que viveram o espaço e sua relação com o cinema.

Para o professor Ubiratan Porto, que assistiu aos curtas, é de suma importância um evento como esse acontecer em Pilar porque incentiva ainda mais a difusão da cultura.

"Vi que os filmes falaram coisas relacionadas ao machismo, porque muitas vezes as mulheres não têm oportunidade de se destacarem, principamente no futebol. A cultura é a essência de um povo, então, o que pude contemplar e participar aqui foi a coisa mais essencial da cultura, que foi apresentar o nosso processo cultural, principalmente os trabalhadores no seu processo de produção", declarou o professor.

Discursos e entrega de troféus

Em um determinado momento da noite, foram realizadas as entregas de troféus a duas realizadoras que foram convidadas para prestigiar o evento: a Karolina Justino e a Vanessa Mota. Ambas receberam os troféus pelas mãos do diretor do festival, Dário Júnior.

A cineasta Karolina contou que ficou emocionada com a semelhança que a história do Cine Pilarense tem com a do Cine-Guarany e com a participação do filme na programação do festival.

"Eu achei tudo muito legal porque Pilar parece muito com Rio Largo, e quando soube da história desse cinema e da reinauguração, eu fiquei muito animada porque lembrou o Cine-Guarany. Foi uma emoção muito grande de ver meu filme aqui porque sinto que a gente tem muita similaridade do que diferenças. Foi lindo porque esse foi meu primeiro trabalho e vi agora que tem umas coisas que eu faria diferente, mas eu acho massa o conteúdo que é sobre a preservação da memória", pontuou.

Após a exibição, o público foi convidado a prestigiar o Samba do Calçadão, evento que é realizado todo fim de mês próximo ao Cine Pilarense.

Sobre o festival

O projeto foi contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult). O evento tem a realização da Inreais Filmes, o apoio da Prefeitura de Pilar, através da Secretaria de Educação e Cultura, da Secretaria de Turismo e Eventos, da Casa da Cultura de Pilar, além da Bombix e Sambacaitá Produções, e da direção do Cine Pilarense, representado por Sérgio Moraes.

Acompanhe o festival por meio do Instagram: @festivaldecinemapilar