AGENTES ARMADOS

Prefeitura de Palmeira dos Índios abre nova licitação para estande de tiro da Guarda Municipal em meio a críticas sobre preparo e uso da força

Por Redação Publicado em 03/06/2025 às 17:11

A Prefeitura de Palmeira dos Índios publicou uma segunda chamada de licitação para contratação de estande de tiro e fornecimento de munição, com o objetivo de aplicar testes de capacidade técnica e promover o treinamento e aperfeiçoamento dos agentes da Guarda Civil Municipal. A sessão de disputa será realizada no próximo dia 20 de junho, por meio da Bolsa Nacional de Compras (BNC), no modelo de menor preço.

Apesar de prevista na legislação federal que autoriza o armamento de guardas municipais, a licitação levanta preocupações legítimas: qual o real grau de preparo desses agentes para o porte de arma de fogo? Que tipo de treinamento está sendo exigido e qual a carga horária aplicada aos novos guardas?

O tema ganha ainda mais relevância à luz de caso recente em que um cidadão foi agredido por um agente da Guarda Municipal em Palmeira dos Índios. O episódio, amplamente repercutido nas redes sociais, até hoje não teve desdobramentos públicos claros. Nenhuma sindicância foi anunciada oficialmente, tampouco houve comunicação de penalidade ou retratação.

Enquanto isso, cresce a inquietação da população diante da perspectiva de uma guarda armada, sem um processo de formação mais sólido, com acompanhamento psicológico, formação cidadã e controle externo. A Prefeitura informa que a contratação está vinculada a cursos de formação e aperfeiçoamento, mas não há transparência sobre o conteúdo programático nem sobre a qualificação das empresas contratadas.

A insegurança cresce paralelamente ao estado de abandono vivido pela cidade: bairros inteiros convivem com ruas esburacadas, iluminação precária, e um sistema de saúde em colapso. A própria prefeita Luísa Duarte reconheceu publicamente que os recursos da saúde “chegaram ao limite”.

Ainda assim, a gestão mantém gastos milionários com shows nacionais no Festival de Inverno, evento usado politicamente para impulsionar o nome do ex-prefeito e atual articulador do governo, Júlio Cezar, cotado como possível candidato em 2026.

Enquanto a cidade enfrenta caos urbano e desconfiança institucional, a prioridade do governo parece cada vez mais distante das necessidades reais da população. A Guarda, que deveria proteger, pode se tornar símbolo de um poder descontrolado se não houver responsabilidade, critério e vigilância pública.


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