Sumiço da frota expõe abandono em Palmeira: agora só uma caçamba coleta lixo e apenas uma viatura patrulha cidade
Outra viatura da Guarda Municipal é destinada a patrulha Maria da Penha

A estrutura operacional da Prefeitura de Palmeira dos Índios dá sinais claros de colapso. A cidade, que até pouco tempo atrás era apresentada como exemplo de modernização da máquina pública, agora funciona com equipamentos sucateados e infraestrutura reduzida. A situação mais crítica envolve o sistema de coleta de lixo urbano: segundo apuração da Tribuna, apenas duas caçambas coletoras estavam em operação — e uma delas sofreu um grave acidente na AL-115, ficando fora de serviço por tempo indeterminado.
Na prática, apenas um veículo realiza a coleta de resíduos em toda a zona urbana, comprometendo a limpeza pública, favorecendo a proliferação de doenças e colocando bairros inteiros em situação de risco sanitário.
A precariedade não se restringe à limpeza urbana. A Guarda Civil Municipal também funciona no limite: conforme documento oficial encaminhado ao Ministério Público de Alagoas, o comandante da corporação reconhece que existem apenas duas viaturas em uso. Uma delas está vinculada exclusivamente à Patrulha Maria da Penha, e a outra é responsável por patrulhar toda a cidade, incluindo escolas, feiras livres, praças e eventos.
O contraste com a gestão anterior é gritante. Sob o comando do ex-prefeito Júlio Cezar, a Prefeitura promovia regularmente a entrega de viaturas, motos e caminhonetes, amplamente divulgadas como símbolos de uma cidade “segura e moderna”. Hoje, a cidade mergulha na escassez e no improviso, com promessas substituídas por silêncio administrativo.
A atual prefeita, Luísa Duarte (MDB), ainda não apresentou qualquer plano emergencial para recuperação da frota da limpeza urbana ou da Guarda Municipal. Ao contrário, sua gestão tem priorizado licitações milionárias para shows e festivais — ações que fortalecem o capital político de seu grupo, mas não enfrentam os problemas do cotidiano da população.
Enquanto a cidade sofre com lixo acumulado, insegurança e abandono, o poder público segue omisso, e a população sente, dia após dia, o peso de uma gestão sem planejamento e sem respostas.