Evento reúne acadêmicos dos três países no intuito de estreitar laços de cooperação e desenvolver pesquisas conjuntas que podem fortalecer a construção do mundo multipolar.

Reitores de várias universidades do país participaram nesta quinta-feira (5) da 2ª edição da Liga das Universidades do Brasil, Rússia e Belarus, no Rio de Janeiro.

O evento ocorreu no Centro de Tecnologia (CT2) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, e precede o Fórum de Reitores do BRICS, marcado para os dias 6 e 7 deste mês.

O encontro tem como objetivo compartilhar experiências, desenvolver pontos em comum e ampliar a cooperação científica e pesquisas conjuntas entre os países. A proposta é mostrar que o conhecimento não tem fronteiras e que a colaboração acadêmica entre países do Sul Global, principalmente no âmbito do BRICS, pode ajudar a superar os desafios globais da atualidade.

Em entrevista à Sputnik Brasil, professor do Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador especial de Relações para a Federação da Rússia na Superintendência Geral de Relações Internacionais da UFRJ, Fabio Krykhtine, ressaltou que o evento é na verdade "um encontro entre amigos".

"Estamos aqui reunidos hoje com grandes laços de cooperação, fazendo um evento muito importante para o desenvolvimento científico dos países, acadêmicos, tentando ampliar os projetos comuns, as relações de mobilidade e a troca de experiências."

Henrique Domingues, chefe adjunto do Fórum Internacional dos Municípios BRICS, afirmou à Sputnik Brasil que o encontro é muito importante para consolidar as relações acadêmicas e fortalecer os laços de amizade entre os povos do Brasil, Rússia e Belarus.

Para além do intercâmbio acadêmico, científico e tecnológico que se estabelece entre a comunidade docente desses países, "nós também temos a condição de construir relações de longo prazo entre Brasil, Rússia e Belarus através da juventude desses três países", afirmou.

"Que hoje consolidam e performam no âmbito dos países BRICS, Brasil e Rússia como membros fundadores, membros plenos e a Belarus recém-admitida como parceira oficial [do grupo]".

Domingues acrescenta que a iniciativa, "sem sombra de dúvidas, fortalece a construção do novo mundo multipolar".

Igor Anatolyevich Maksimtsev, reitor da Universidade Estatal de Economia de São Petersburgo, diz à Sputnik Brasil ter chegado o momento "em que os países do Sul Global e a Rússia devem trabalhar de forma muito mais próxima".

Ele afirma que a atuação brasileira no BRICS é muito importante e que Brasil e Rússia são duas grandes potências, "o Brasil, no continente da América Latina, e a Rússia, no continente europeu".

Segundo o reitor da universidade de São Petersburgo, a juventude é "o futuro de qualquer país". Por isso é importante que exista esse intercâmbio de estudantes, cientista e professores.

"Isso possibilita que possamos realizar pesquisas científicas conjuntas, desenvolver tecnologias em parceria, que vão ajudar nossos países a avançar mais rapidamente e deixar de depender do que ditam países que tentam mais nos prejudicar do que ajudar", afirmou.

Maksimtsev afirmou também ter plena certeza de que o encontro "trouxe uma carga emocional muito positiva para todos" e elogiou a organização do evento e a "hospitalidade dos amigos brasileiros".

Ele observou que nos últimos dias visitou universidades e que ficará "feliz em expandir a cooperação", pois isso permite pensar e seguir adiante. "Acredito que estamos no caminho certo, pois sempre é muito gratificante quando há um resultado concreto."

"E esse resultado são os formandos de nossos programas educacionais conjuntos. Isso nos dá esperança em um futuro de boa cooperação entre nossos países. Por isso, é com enorme respeito que estamos aqui hoje e trabalhamos com prazer desde cedo até tarde, porque isso nos dá confiança para olhar para o futuro e expandir nossos contatos científicos e educacionais."

Por Sputinik Brasil