Tribunal dos EUA suspende proibição de entrada de estudantes internacionais na universidade de Harvard

A justiça federal da cidade estadunidense de Boston suspendeu temporariamente, nesta quinta-feira (5) o impedimento imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, da entrada no país de estrangeiros em busca de estudar ou participar de programas de intercâmbio na Universidade de Harvard.
Por meio de uma ordem de restrição temporária, a juíza Allison Burroughs suspendeu os efeitos da proclamação de Trump até que o caso seja julgado.
De acordo com a decisão, a diretriz de Trump de proibir a entrada desses estudantes no país pelos próximos seis meses causaria "dano imediato e irreparável" antes da análise do caso pela justiça. A suspensão ocorreu horas depois de Harvard entrar com ação judicial contra a medida:
"A medida nega a milhares de estudantes da Harvard o direito de vir a este país para buscar sua educação e seguir seus sonhos, e nega à Harvard o direito de ensiná-los. Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard", afirmou a universidade no processo.
A ordem bloqueada determinava ainda que o Departamento de Estado dos EUA considerasse a revogação de vistos acadêmicos ou de intercâmbio de qualquer estudante que se enquadrasse nos critérios definidos na proclamação como ameças.
A juíza já havia bloqueado a medida do governo que proibia Harvard de matricular estudantes internacionais, que, segundo a universidade, representam mais de um quarto do corpo discente.
Na primeira ação contra a primeira medida para restringir estudantes estrangeiros, apresentada em 23 de maio, Harvard chamou a iniciativa de "retaliação clara" por sua recusa às demandas políticas ideologicamente enraizadas do governo.
O governo Trump e a universidade iniciaram uma batalha judicial sobre financiamento e a proibição de matrículas em meados de maio. Preocupações com a segurança nacional é a justificativa do governo para a medida.
Ele também acusa Harvard de ser conivente com estudantes que praticaram suposto antissemitismo durante os protestos e acampamentos da primavera de 2024 contra a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza.
Junto com essa medida, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou recentemente que lançaria uma retirada "agressiva" de vistos para estudantes da China.