O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (6) que Kiev deu ao presidente russo Vladimir Putin um motivo para "bombardeá-los sem piedade". A declaração ocorreu após a Ucrânia atacar aeródromos em várias regiões da Rússia no último fim de semana.

No último domingo (1º), o Ministério da Defesa da Rússia informou que Kiev havia realizado um ataque terrorista usando drones FPV contra aeródromos nas regiões de Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur — a maioria foi repelido.

"Bem, eles deram a Putin um motivo para entrar e bombardeá-los sem piedade. Isso foi o que eu não gostei. Quando vi, pensei: Lá vamos nós, agora vai haver um ataque", disse Trump a jornalistas ao ser questionado sobre os ataques ucranianos com drones dentro do território russo.

Ao ser perguntado se temia que o conflito entre Rússia e Ucrânia pudesse escalar para uma guerra nuclear, Trump respondeu: "Eu não, espero que não. Espero que não".

Ainda assim, o presidente norte-americano afirmou que não acredita que Moscou vá "fechar um acordo de paz" após os recentes ataques.

Na última quarta (4), Trump afirmou ter tido uma ligação telefônica com Putin, que durou mais de uma hora, quando revelou que o líder russo comentou "com muita firmeza" que a Rússia teria que responder aos recentes ataques do regime de Vladimir Zelensky.

Ataques terroristas provocaram mortes na Rússia

No último fim de semana, um viaduto desabou sobre um trem de passageiros com destino a Moscou, próximo à cidade de Bryansk, deixando pelo menos sete mortos e mais de 100 feridos, incluindo um bebê. O Comitê Investigativo da Rússia classificou a explosão como um ataque terrorista.

Outro ataque a linhas ferroviárias um trem de carga ocorreu na região russa de Kursk no mesmo fim de semana. O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que as decisões sobre os ataques terroristas nas regiões de Kursk e Bryansk não poderiam ter sido tomadas sem o mais alto nível político da Ucrânia, e que foi Kiev quem ordenou a explosão do trem na região de Bryansk.

Já o presidente Trump disse a Putin, durante a ligação, que Washington não foi informado sobre os planos recentes de ataque de Kiev.