SAÚDE

Relatório da OMS alerta para distribuição desigual de enfermeiros no mundo

Para a Anadem, é dever do Estado assegurar o acesso justo aos recursos humanos da saúde, inclusive com incentivos regionais específicos

Publicado em 11/06/2025 às 11:57
Reprodução / Agência Brasil

Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), State of the World’s Nursing 2025, revela que, apesar do crescimento global no número de profissionais de enfermagem, a distribuição desses trabalhadores da saúde permanece altamente desigual. O número atingiu 29,8 milhões em 2023.

Segundo o estudo, aproximadamente 78% dos enfermeiros do mundo estão concentrados em países que abrigam apenas 49% da população global. Ainda de acordo com a OMS, o déficit mundial de profissionais no setor caiu de 6,2 milhões em 2020 para 5,8 milhões em 2023, com projeção de queda para 4,1 milhões até 2030.

SITUAÇÃO BRASILEIRA

Dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) mostram que o Brasil tem 783.566 enfermeiros. O estado de São Paulo se destaca com 191.160 profissionais.

Para o presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, a má distribuição dos profissionais de enfermagem afeta o acesso à saúde, assim como a má distribuição de médicos pelo Brasil. “Não é apenas uma questão de má gestão de recursos humanos, mas um reflexo de falhas estruturais na política pública de saúde”, afirmou.

“É possível criar mecanismos legais de cooperação entre União, estados e municípios para fortalecer a atenção básica com foco em recursos humanos. Essas medidas devem ser acompanhadas de infraestrutura adequada, plano de carreira estruturado e segurança no exercício profissional”, completou o especialista em Direito Médico.