Uma campanha em defesa do meio ambiente e da infância. O que seria da infância sem o meio ambiente?

É nos primeiros anos de vida que a criança constrói suas primeiras relações com o mundo ao redor. O contato com a natureza é essencial nesse processo: é ali que ela descobre texturas, cheiros, sons, cores e formas. Mais do que isso, é na terra, nas árvores, no vento e nas águas que ela encontra o palco ideal para o brincar, para o desenvolvimento da imaginação e para crescer de forma plena.
A natureza é, portanto, uma grande aliada da infância. E, por isso, cuidar do meio ambiente é também cuidar da infância.
Pensando nisso, o Instituto OMP lança a campanha "Junho do Cuidado", uma ação especial em comemoração ao Mês do Meio Ambiente. Segundo Sara Assis, coordenadora de desenvolvimento institucional do Instituto OMP, o objetivo da campanha é simples e poderoso. “Buscamos mobilizar crianças, famílias, escolas e comunidades a adotarem pequenas atitudes de cuidado com o planeta, como plantar uma árvore, cultivar uma planta, separar o lixo corretamente ou promover ações de limpeza em espaços públicos”.
Diálogos e conexões
A campanha reúne organizações parceiras e inspiradoras e contou, em sua abertura, com representantes da Fundação Florestal, do Colégio Elvira Brandão, da Comunidade Vila Nova Esperança e do PAVS - Programa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, que compartilharam cases de sucesso e ações concretas de cuidado com o meio ambiente e com as pessoas.
Jane Cléia da Silva, representando o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, apresentou o programa e detalhes do Projeto Árvore Generosa, do Instituto OMP, através do qual, somente em 2023 foram plantadas mais de 200 mudas, entre elas 38 paus brasil. “Em 2024, recebemos mais 39 mudas de pau brasil”, disse Jane.
Em seguida, o biólogo e gestor de sustentabilidade Felipe Gothardo apresentou o projeto de educação ambiental que vem implantando em escolas da capital, como o Colégio Elvira Brandão. Nestas iniciativas realizadas junto a crianças e adolescentes desde a educação infantil, incluindo os projetos realizados em parceria com o Instituto OMP, tem como objetivo desenvolver os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na prática, se propondo a ser formar catalisadores de mudanças positivas através de uma abordagem inovadora, engajando a comunidade escolar nesta jornada de aprendizagem e transformação, explicou Felipe.
“Estas escolas já contam, em suas grades oficiais, com educação ambiental. As crianças têm uma vez por semana, do G1 ao terceiro ano do Ensino Médio, aulas de educação ambiental como parte da grade curricular. Nestas aulas, desenvolvemos contato com a natureza e aprofundamos valores ambientais.”
Após a apresentação desta importante experiência junto aos alunos, foi a vez de conhecer o Programa Kagwydja, desenvolvido pela Fundação Florestal do Estado de São Paulo.
Juann Pyaga, indígena natural do Piauí, que vive atualmente com o povo Pancaru na comunidade do Real Parque, na zona Sul da capital, é monitor ambiental integrante da equipe de coordenação técnica e operacional do Programa Guardiões das Florestas, da Fundação Florestal do Estado de São Paulo, e esteve no encontro para apresentar o Programa.
Diversas ações, algumas delas inclusive com o apoio do Instituto OMP, são realizadas para proteção da floresta e da cultura indígena em São Paulo, reunindo lideranças indígenas de diversos territórios paulistas e criando um espaço de diálogo e fortalecimento das ações de conservação ambiental e respeito à cultura indígena.
A fase um do Programa, explicou Juan, envolveu mais de 100 agentes ambientais indígenas. “Foram percorridos mais de 700km, realizados 17 mutirões de limpeza e retirados mais de 330 sacos de lixo removidos, 108 atividades de fiscalização, mais de 44 mil m² de reflorestamento e recuperação de nascentes, mais de 44.500 plantas exóticas invasoras removidas em 221 dias de atividades”.
Para encerrar o encontro, Maria de Lourdes Andrade, ou apenas Lia, apresentou o projeto da chamada Favela Verde, como é conhecida a Vila Nova Esperança.
Nas proximidades do município de Taboão da Serra, a região hoje vive em moldes sustentáveis, com energia elétrica regularizada e coleta seletiva de lixo. Esta é uma realidade muito diferente da encontrada por Lia em 2003, quando chegou ao local. A transformação e as conquistas de lá para cá já renderam prêmios internacionais, visitas de equipes de ambientalistas e da imprensa de diversos países.
Hoje, Lia preside a Associação Vila Nova Esperança e é fundadora do Instituto Lia Esperança.
“Sustentabilidade faz parte de educação, de moradia, de saúde. Sem sustentabilidade, você não tem uma boa saúde, uma boa moradia”.
Ao final das apresentações, um próximo encontro já começou a ser organizados entre o grupo, que prevê parcerias entre eles para impulsionar ainda mais as ações que já vem sendo realizadas.
Como participar?
Durante todo o mês de junho, o Instituto OMP convida a todos a postarem suas ações com as hashtags #JunhoDoCuidado #infanciaeuabraço, mostrando como estão ajudando a proteger o meio ambiente. Pode ser regando uma planta, criando uma horta, recolhendo lixo em uma praça ou simplesmente ensinando uma criança a respeitar a natureza.
Vamos juntos cultivar o futuro. Porque quando cuidamos do planeta, cuidamos também da infância — e do futuro que ela representa.
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