O Reino Unido vai enviar caças e aviões de reabastecimento ao Oriente Médio após resposta do Irã aos ataques israelenses. O premiê britânico Keir Starmer defende que a medida serve como contingência e pede por uma desescalada para evitar agravamento do conflito e impactos globais.

O Reino Unido está reforçando sua presença militar no Oriente Médio com o envio de caças e outras aeronaves, segundo o primeiro-ministro Keir Starmer. A decisão foi tomada após o Irã enviar um alertar os países aliados de Israel contra uma participação direta no conflito. Starmer classificou a medida como uma ação de contingência voltada à segurança regional, mas deixou em aberto a possibilidade de apoio defensivo a Israel diante do aumento das tensões.

Em declarações à imprensa, Starmer afirmou que está comprometido com suas responsabilidades como primeiro-ministro e com a segurança do Reino Unido e de seus aliados. Ele evitou comentar detalhes operacionais, mas reconheceu que a situação é intensa e está em rápida evolução.

De acordo com a apuração do Financial Times (FT), fontes próximas ao governo indicaram que o Reino Unido não participou da defesa de Israel durante os primeiros ataques retaliatórios do Irã.

A mídia estatal iraniana alertou que bases britânicas, francesas e norte-americanas seriam alvos caso esses países prestassem qualquer tipo de assistência a Israel. O Reino Unido mantém presença militar em bases no Catar, Emirados Árabes Unidos e Bahrein. Diante disso, o governo britânico decidiu enviar caças e aeronaves de reabastecimento para reforçar sua capacidade de resposta na região.

Starmer relatou ter tido uma conversa construtiva com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, na qual discutiram a segurança de Israel. Ele também destacou que o Reino Unido está pedindo a todas as partes envolvidas que evitem uma escalada do conflito.

"A mensagem é: desescalada", disse Starmer. "Temos preocupações de longa data com o programa nuclear do Irã. Reconhecemos o direito de Israel à autodefesa. Mas tenho absoluta certeza de que isso precisa ser atenuado. Há um enorme risco de uma escalada para a região."

O primeiro-ministro britânico alertou ainda para os impactos econômicos de um possível agravamento do conflito, mencionando o aumento nos preços do petróleo e os efeitos sobre a economia global. Ele reforçou que a situação está diretamente ligada aos acontecimentos em Gaza e reiterou sua posição firme de que o conflito precisa ser atenuado para evitar consequências mais amplas.

Como parte da resposta britânica, aeronaves começaram a ser preparadas para o deslocamento já na manhã de sexta-feira (13), quando a deterioração da situação ficou evidente. O Reino Unido já mantém caças da RAF na região como parte da Operação Shader, voltada ao combate ao Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).