EUA entram em guerra e bombardeiam usinas nucleares no Irã
Trump disse que ataque já terminou e pediu paz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite deste sábado (21) bombardeios contra as três principais usinas do programa nuclear do Irã: Natanz, Fordow, que fica dentro de uma montanha, e Isfahan.
O ataque chega após vários dias de rumores sobre uma eventual entrada americana na guerra contra o regime dos aiatolás declarada por Israel em 13 de junho.
"Concluímos nosso muito bem-sucedido ataque contra os três sítios nucleares do Irã, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan.
Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano", escreveu Trump em sua rede social, a Truth.
"Uma carga cheia de bombas foi lançada sobre o principal local, Fordow. Todos os aviões estão voltando para casa em segurança. Parabéns a nossos guerreiros americanos. Não há nenhum outro exército do mundo que poderia ter feito isso. Agora é a hora de paz", destacou o presidente, acrescentando que "qualquer retaliação contra os Estados Unidos" terá como resposta "uma força muito maior do que a vista hoje".
Pouco depois, em discurso na Casa Branca, Trump salientou que o ataque foi um "sucesso militar espetacular".
"As principais instalações de enriquecimento [de urânio] do Irã foram totalmente destruídas. O Irã, o valentão do Oriente Médio, agora deve fazer a paz. Se não o fizer, os futuros ataques serão muito maiores e bem mais fáceis", disse o mandatário ao lado do vice-presidente J.D. Vance e dos secretários de Estado, Marco Rubio, e da Defesa, Pete Hegseth.
"Isso não pode continuar. Ou vai haver paz, ou haverá uma tragédia muito maior para o Irã do que a que vimos nos últimos oito dias. Lembrem-se que muitos alvos sobraram, e os de hoje eram os mais difíceis de todos, de longe, mas se a paz não vier rápido, nós iremos atrás dos outros alvos. Muitos deles podem ser derrubados em questão de minutos", declarou Trump, em uma possível referência velada ao guia supremo iraniano, Ali Khamenei.
O discurso durou cerca de quatro minutos, e o presidente também afirmou que o objetivo do bombardeio deste sábado era "acabar com a ameaça nuclear colocada pelo principal patrocinador do terrorismo no mundo".
Os EUA ainda teriam contatado Teerã por via diplomática para dizer que os ataques terminaram e que não estão previstos esforços para uma mudança de regime, segundo a emissora CBS.
Israel vinha pedindo a entrada dos EUA no conflito devido à dificuldade para atingir de forma contundente as usinas nucleares iranianas, sobretudo Fordow, protegida no coração de uma montanha contra bombardeios.
"A corajosa decisão de mirar instalações nucleares iranianas vai mudar a história. A América fez o que nenhum outro país na Terra poderia ter feito. A história vai lembrar que o presidente Trump agiu para negar as armas mais perigosas ao regime mais perigoso", declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um vídeo em inglês.
"O presidente Trump e eu sempre dissemos: 'A paz através da força'. Primeiro vem a força, depois vem a paz, e hoje o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força", ressaltou o premiê.
Uma fonte citada pela Reuters disse que os EUA utilizaram bombardeiros B-2, avião capaz de transportar bombas do tipo MOP, explosivo antibunkers disponível apenas no arsenal americano.
O Irã havia ameaçado aumentar a escala da guerra contra Israel no caso de uma intervenção americana, após vários dias de ataques contra cidades como Tel Aviv e Haifa. "Agora a guerra começou", diz uma mensagem no perfil da Guarda Revolucionária, principal braço das forças armadas de Teerã, no X.
Já a Organização de Energia Atômica do Irã assegurou que o ataque não vai interromper o desenvolvimento do setor nuclear.
A declaração está em um comunicado divulgado pela agência, que definiu o bombardeio americano como uma ação "bárbara e em violação do direito internacional".
"A Organização de Energia Atômica garante à grande nação do Irã que, apesar dos complôs malignos de seus inimigos, não vai deixar que o caminho de desenvolvimento de sua indústria nacional [nuclear], que é o resultado do sangue de mártires nucleares, seja interrompido", disse a instituição.
Além disso, as autoridades iranianas afirmaram que "não há sinais de contaminação" radioativa após os ataques dos Estados Unidos contra as instalações de Natanz, Fordow e Isfahan. "Portanto não há perigo para os habitantes", ressaltou o Centro Nacional para a Segurança do Sistema Nuclear, ligado à Organização de Energia Atômica.