Reino Unido quer incluir Palestine Action em lei antiterrorismo
Medida ocorre após pichação de aviões por ativistas do grupo

O governo do Reino Unido pretende criminalizar o grupo Palestine Action, enquadrando-o na lei antiterrorismo.
A medida, anunciada nesta segunda-feira (23) pela ministra do Interior, Yvette Cooper, ocorre após ativistas da iniciativa invadirem a maior base aérea britânica e terem pichado aeronaves militares de vermelho em memória das vítimas dos ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza.
Em uma declaração formal para ser apresentada ao Parlamento sobre a inclusão do Palestine Action na lei antiterrorismo - na qual são citadas organizações como Al-Qaeda e Hamas -, Cooper afirmou que sua decisão é fundamentada no "ataque deplorável" contra a base militar de Brize Norton e pelos "danos inaceitáveis" que atingiram diversos aviões, colocando "em risco a segurança nacional".
A ministra classificou a recente atuação do grupo como pertencente a uma "campanha nacional de ações criminosas que visam [atingir] empresas e instituições", incluindo aquelas envolvidas nos "setores de defesa e infraestrutura" que apoiam a Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e outras alianças militares e de segurança.
De acordo com a chefe da pasta, a decisão não terá nenhum impacto em "grupos de protestos legítimos e outras organizações que lutam por questões relativas à Palestina ou ao Oriente Médio".
No entanto, a proposta de Cooper gerou protestos em Londres, com centenas de pessoas aglomeradas em Trafalgar Square, que definiram a medida do governo britânico como "perseguição".
Para que o Palestine Action seja incluído na lei antiterrorismo, a proposta de Cooper precisa ser aprovada pelo Parlamento, e a votação está prevista para a próxima segunda-feira (30).