Papa recebe seminaristas e defende 'Igreja aberta e missionária'
Prevost destacou importância de maturidade emocional e diálogo

O papa Leão XIV recebeu nesta terça-feira (24), no Vaticano, um grupo de seminaristas de todo o mundo e pediu que os padres do futuro incentivem uma "Igreja aberta e em saída missionária".
No encontro na Basílica de São Pedro, Robert Francis Prevost exortou os religiosos a "se tornarem pessoas e padres felizes, 'pontes' e não obstáculos para o encontro com Cristo para todos aqueles que se aproximam".
Segundo o Pontífice, "no rigoroso compromisso do estudo teológico", é preciso saber "ouvir com mente e coração abertos as vozes da cultura, como os recentes desafios da inteligência artificial e das redes sociais".
"Acima de tudo, como fazia Jesus, saibam ouvir o grito muitas vezes silencioso dos pequenos, dos pobres e dos oprimidos e de tantos, sobretudo jovens, que procuram um sentido para a vida", orientou.
Leão XIV convidou todos a "invocar frequentemente o Espírito Santo, para que Ele forme em vós um coração dócil, capaz de captar a presença de Deus, também ouvindo as vozes da natureza e da arte, da poesia, da literatura e da música, bem como das ciências humanas".
"Vocês se deixaram envolver pela fascinante aventura da vocação sacerdotal em um momento difícil", acrescentou ele, destacando a necessidade de "uma Igreja aberta, missionária e em saída".
"Não tenham medo".
Leão XIV ainda definiu a oração como um "caminho privilegiado", lembrando que, "em uma época em que estamos hiperconectados, torna-se cada vez mais difícil experimentar o silêncio e a solidão". "Sem o encontro com Ele, não podemos sequer nos conhecer verdadeiramente", garantiu.
Para o Pontífice norte-americano, "o seminário, seja qual for a sua concepção, deve ser uma escola de afeto". "Hoje, em particular, num contexto social e cultural marcado por conflitos e narcisismo, precisamos aprender a amar e a fazê-lo como Jesus".
Segundo o Santo Padre, "mantendo o olhar fixo em Jesus, devemos aprender a dar nome e voz também à tristeza, ao medo, à angústia, à indignação, trazendo tudo para a relação com Deus".
"Crises, limitações e fragilidades não devem ser escondidas, são antes ocasiões de graça e de experiência pascal", enfatizou.
Por fim, Leão XIV alertou que, "em um mundo onde muitas vezes há ingratidão e sede de poder, onde por vezes parece prevalecer a lógica do desperdício, todos são chamados a testemunhar a gratidão e a generosidade de Cristo, a exultação e a alegria, a ternura e a misericórdia do seu coração", começando por "praticar o estilo de acolhimento e proximidade, de serviço generoso e abnegado".
O Papa então exortou todos "aqueles que escolheram tornar-se sacerdotes a nunca jogar por menos, a não se contentar, a não ser meros receptores passivos, mas a apaixonar-se pela vida sacerdotal, vivendo o presente e olhando para o futuro com um coração profético".