Ligação feita de Marechal Deodoro antes de assassinato intriga polícia em caso de delator do PCC

A última ligação feita pelo delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, pouco antes de ser assassinado, está despertando atenção especial da polícia paulista. O motivo? A chamada partiu de um número com DDD 82, registrado em Marechal Deodoro (AL), município da região metropolitana de Maceió.
De acordo com relatório da Polícia de São Paulo, divulgado pelo portal UOL, a ligação foi realizada às 15h48 do dia 8 de novembro de 2024, logo após o pouso do voo que trouxe Gritzbach de Maceió ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Dezessete minutos depois, às 16h05, ele foi morto a tiros dentro do terminal.
O telefone utilizado na ligação estava guardado na mala do delator e foi apreendido após o crime. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, extraiu os dados do aparelho, analisando registros entre 1º e 8 de novembro — período em que Gritzbach esteve hospedado em São Miguel dos Milagres, também em Alagoas.
A origem do número telefônico reforçou a linha de investigação dos policiais, já que Marechal Deodoro é a mesma cidade onde vivia o agente penitenciário David Moreira da Silva, preso em fevereiro de 2023 no loteamento Porto das Pedras. David foi indiciado juntamente com Gritzbach pelos homicídios de dois traficantes ligados ao PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, executados a tiros em dezembro de 2021, no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo.
A coincidência geográfica entre o número da última ligação e o endereço do ex-agente penitenciário acendeu o alerta dos investigadores, que agora aprofundam as conexões entre os dois e os desdobramentos do crime.