RÚSSIA

Relevância internacional da Rússia contribui para 'a permanência do diálogo bilateral' com EUA

Por Por Sputinik Brasil Publicado em 05/07/2025 às 03:05
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O papel desempenhado por Moscou na mediação do conflito entre Irã e Israel, assim como sua posição no Oriente Médio, é apenas uma amostra do peso que o país euroasiático tem no tabuleiro geopolítico — o que ajuda a fortalecer os laços com Washington, destacou um especialista cubano em entrevista à Sputnik.

"Sabemos que importantes mandatários e líderes do Irã visitaram Moscou no exato momento em que se desenvolvia [a escalada com Tel Aviv]. Isso demonstra, além disso, a relevância da Rússia no cenário internacional. Portanto, esses contatos entre Washington e Moscou, bem como a permanência do diálogo bilateral, são de grande importância", afirmou Yosmany Fernández Pacheco, professor do Instituto Superior de Relações Internacionais "Raúl Roa García" (ISRI).

A conversa telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, realizada na última terça-feira (1º), delineou ainda mais a posição de Moscou sobre a crise na Ucrânia.

"Evidentemente, o presidente russo ressaltou que o conflito na Ucrânia continua por causa do [apoio] do Ocidente, e que essa intervenção e ajuda a Kiev devem ser interrompidas, já que […] isso pode ganhar uma dimensão ainda maior", lembrou o especialista.

Fernández Pacheco afirmou que, diante desse panorama, o presidente norte-americano, Donald Trump, precisava agir — algo que se refletiu na ligação feita em 3 de julho.

"Precisamos analisar o próprio caráter do presidente norte-americano, que sempre quer estar à frente, inclusive de seus aliados europeus, e marcar presença nessa situação. É de grande interesse, especialmente para Donald Trump, deter o conflito ucraniano para, evidentemente, avançar nas negociações econômicas com a Rússia", destacou.

Do mesmo modo, o especialista cubano comentou que o fracasso da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o sucesso do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF) foram dois eventos que impulsionaram o presidente dos EUA a traçar uma estratégia melhor do que a de seus aliados europeus.

"Estamos falando, então, de uma Europa em crise e dividida no âmbito militar — especificamente na OTAN. Por isso, Donald Trump precisa garantir essas conversas com Moscou", ponderou.