Festival de Inverno de Palmeira dos Índios deverá custar quase R$ 5 milhões em cachês de atrações nacionais
Prefeitura inicia contagem regressiva para o FIPI 2025 com alto investimento e questionamentos sobre prioridades

Falta exatamente um mês para o início da quinta edição do Festival de Inverno de Palmeira dos Índios (FIPI), e os preparativos seguem em ritmo acelerado. A prefeitura anunciou oficialmente a contagem regressiva para o evento, prometendo uma programação “histórica” — mas o que também chama atenção é o custo: só com os cachês das atrações nacionais já confirmadas, os gastos ultrapassam os R$ 5 milhões, segundo levantamento com base nos contratos públicos disponíveis.
Entre os nomes já anunciados estão Péricles, Murilo Huff, Natanzinho Lima, Amado Batista e a banda Seu Desejo. A programação completa ainda será divulgada, com a promessa de incluir artistas locais, mas o volume de recursos comprometidos até agora tem provocado reações nas redes sociais e entre moradores da cidade, especialmente em um contexto de reivindicações por infraestrutura básica em comunidades da zona rural.
Trajetória do FIPI
Idealizado em 2021 na gestão do então prefeito Júlio Cezar, o FIPI nasceu em meio à pandemia, com transmissões virtuais e foco em artistas locais. A partir da segunda edição, passou a atrair grandes nomes do cenário nacional e se consolidou como um dos principais festivais de inverno do estado. Em 2023, integrou oficialmente o Circuito Alagoano de Inverno, ao lado de municípios como Mar Vermelho, Ibateguara e Água Branca.
Em 2024, o festival estreou um novo palco na antiga Estação Ferroviária, que se repetirá em 2025. A estrutura histórica foi revitalizada para receber milhares de pessoas e virou símbolo da aposta da prefeitura no turismo cultural.
Mais que cultura, uma vitrine política e econômica
A prefeita Luísa Duarte (popularmente chamada de Tia Júlia) destaca que o FIPI movimenta diversos setores — da cultura ao comércio, passando pela gastronomia e hotelaria. “Esperamos que o festival impulsione não só a cultura, mas também a economia e o turismo local”, declarou.
Entretanto, os milhões já comprometidos com artistas de renome reacenderam debates sobre prioridades da gestão. Moradores de comunidades como a Aldeia Fazenda Canto, que recentemente protestou por obras básicas como calçamento e drenagem, questionam o investimento milionário em shows enquanto estradas estão intransitáveis, alunos sem transporte escolar e serviços básicos defasados.
Contagem regressiva entre aplausos e críticas
Enquanto a contagem regressiva avança, o FIPI 2025 se aproxima como um dos eventos mais aguardados do ano — e também um dos mais caros. Resta saber se o impacto cultural e econômico compensará o investimento público milionário, em uma cidade que ainda enfrenta desafios estruturais sérios.
📲 Acompanhe a programação completa do FIPI 2025 e os bastidores do festival no portal da Tribuna do Agreste:
🔗://www.tribunadoagreste.c...