ORIENTE MÉDIO

Fome avança em Gaza e mata 19 pessoas em 24 horas

Caritas denunciou 'barbárie' no enclave palestino

Por Redação ANSA Publicado em 21/07/2025 às 11:45
Mulher palestina chora morte de filho em ponto de distribuição de comida em Gaza © ANSA/EPA

Fontes médicas afirmaram nesta segunda-feira (21) que pelo menos 19 palestinos, incluindo uma menina de quatro anos, morreram de fome na Faixa de Gaza nas 24 horas anteriores.

A informação foi publicada pela imprensa internacional, que cita um porta-voz do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, cidade do centro do enclave que se tornou o alvo mais recente das forças de Israel.

"Os hospitais não podem mais fornecer comida aos pacientes e funcionários, muitos dos quais estão fisicamente impossibilitados de continuar trabalhando por causa da fome extrema", disse o médico Khalil al-Degran à rede britânica BBC, acrescentando que não há mais leite em pó disponível para bebês.

A situação também provocou um alerta da Caritas Internationalis, organização de caridade da Igreja Católica. "Os dados oficiais mostram apenas as mortes confirmadas em estruturas sanitárias, mas sabemos que as vítimas são muito mais. A população foi reduzida à fome, e crianças são bombardeadas enquanto esperam para receber alimentos terapêuticos", disse a entidade, que acusou Israel de "arrasar" o enclave para torná-lo "inabitável".

"A história não perdoará a barbárie e a cumplicidade", salientou a Caritas, destacando que mais de 750 pessoas foram mortas e 5 mil ficaram feridas em ataques perto de locais de distribuição de ajuda humanitária nas últimas semanas.

Enquanto isso, as forças israelenses lançaram uma ofensiva aérea e terrestre contra Deir al-Balah, poucas horas depois de um aviso de evacuação para uma zona que havia se tornado refúgio para milhares de deslocados de outras partes de Gaza.

Pelo menos três palestinos foram mortos por tanques de Israel no município, enquanto o número de óbitos em 24 horas em todo o enclave chegou a 134, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, após atentados do grupo fundamentalista que mataram 1,2 mil pessoas em Israel, a guerra já custou as vidas de pelo menos 59.029 palestinos.