A saída dos EUA da UNESCO, decidida por Trump, deixa à nova diretora-geral o desafio de lidar com uma dívida de US$ 600 milhões e possíveis cortes em projetos no Sul Global.

A nova diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) "herdará" a dívida multimilionária dos Estados Unidos com a organização da atual diretora, Audrey Azoulay, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quinta-feira (24).

"A saída dos EUA e, principalmente, sua dívida multimilionária se tornarão parte do difícil legado de Audrey Azoulay, com o qual a nova diretora-geral terá que lidar após ser eleita neste outono [do Hemisfério Norte]", disse Zakharova em um briefing.

Zakharova lembrou que os EUA devem US$ 600 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) à UNESCO. Azoulay, segundo Zakharova, finge que o Secretariado da UNESCO está pronto para a saída dos EUA da organização. Ao mesmo tempo, a porta-voz afirmou que a saída dos EUA poderia levar a uma redução no financiamento de projetos no Sul Global.

Na terça-feira (22), o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu retirar seu país da UNESCO, que supostamente "trabalha para promover causas culturais e sociais conflitantes". O Departamento de Estado dos EUA afirmou que os EUA deixariam a organização em 31 de dezembro de 2026. Os Estados Unidos já haviam informado a liderança da UNESCO sobre sua decisão. Segundo o Departamento de Estado, "o envolvimento contínuo na UNESCO não é do interesse nacional dos Estados Unidos".

Mais tarde na terça-feira, Azoulay expressou seu profundo pesar pela decisão de Trump, mas também afirmou que a organização estava preparada para ela.