PM de Alagoas troca comando da Academia dois meses após fuga de major que matou filho e ex-cunhado
Corporação afirma que mudança é rotina administrativa, mas decisão ocorre em meio a investigações sobre tragédia que chocou Maceió em junho.

Mudança no comando da Academia da Polícia Militar de Alagoas — Dois meses após a fuga do major Pedro Silva, que terminou com a morte de duas pessoas, entre elas uma criança de 10 anos, a PMAL anunciou, na última terça-feira (10), a substituição do comandante da Academia, local onde o oficial estava preso.
Troca de oficiais — Segundo a corporação, a alteração não tem relação direta com o episódio. Em nota, a PM informou que mudanças em cargos estratégicos fazem parte de um procedimento de rotina, destinado a “oxigenar a tropa e dinamizar a gestão no serviço policial militar”. O coronel Mário Xavier deixou a Academia para assumir o Comando de Policiamento Especializado (CPE), enquanto o coronel Carlos Azevedo, que já ocupou funções de gestão com bons resultados, assumiu a direção da Academia.
Isenção nas investigações — Ainda conforme a nota, a medida também busca garantir imparcialidade nas apurações sobre a fuga. Seis militares foram transferidos de forma excepcional, mas a PM destacou que nenhum deles estava de serviço no momento da ocorrência.
O caso — Em 7 de junho, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, o major Pedro Silva, preso por acusações de violência doméstica, escapou da custódia na Academia da PM e foi até a casa da ex-companheira. No local, manteve familiares como reféns, matou o filho de 10 anos e o ex-cunhado.
Ação policial — A ocorrência mobilizou equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Após horas de negociação, três pessoas — duas mulheres e uma criança de dois anos — foram resgatadas com vida. O major foi morto durante a intervenção final, ao reagir à rendição.
Investigações em andamento — A Polícia Civil segue apurando os homicídios, a fuga e eventuais falhas na custódia do militar.