A Suíça confirmou nesta terça-feira (19) sua disponibilidade para sediar negociações de paz entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ideia defendida por países como Itália e França.

"Agradeço ao presidente Macron e à primeira-ministra Meloni pela confiança em nosso país.

Outros países também já manifestaram um desejo nesse sentido, e a Suíça está prontíssima, mesmo a curto prazo", declarou o ministro das Relações Exteriores da nação alpina, Ignazio Cassis, durante encontro com seu homólogo italiano, Antonio Tajani, em Berna.

"É a nossa especialidade, sabemos fazer isso bem, das questões logísticas às questões legais, técnicas e diplomáticas. Nós estamos à disposição", acrescentou.

Pouco antes, Tajani havia defendido que o encontro entre Zelensky e Putin aconteça em Genebra, cidade com longo histórico de negociações de paz e que também abriga escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU).

"A Itália é favorável a que as conversas ocorram em Genebra, porque [a Suíça] é um país que sempre trabalhou pela paz", disse o ministro.

"Roma também teria sido uma sede ideal, desejada por americanos, ucranianos e também por outros, mas tem o problema do Tribunal Penal Internacional, então teria sido mais complicado. Acho que Genebra pode ser a melhor sede", salientou.

A Itália é país signatário do TPI, que emitiu um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra na Ucrânia. De acordo com Cassis, isso não seria problema para a Suíça. "No ano passado, o Conselho Federal esclareceu a situação jurídica e definiu os procedimentos para conceder imunidade a uma pessoa submetida a mandado de prisão internacional", explicou.