Analista chinês: segurança da Ucrânia não deve ser às custas da segurança da Rússia

A raiz do desejo dos países ocidentais de desenvolver planos de segurança sem levar em conta os interesses da Rússia está na forte competição pela "dominação na área de segurança", diz observador militar chinês Deng Qiyuan.
Ele comentou à Sputnik a declaração do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sobre a concordância da Rússia com a participação da China, dos EUA, do Reino Unido e da França nas garantias de segurança para a Ucrânia de forma igualitária. O chanceler russo deixou claro que sem a participação da Rússia não é possível resolver as questões de segurança da Ucrânia.
Enquanto isso, os países ocidentais fazem declarações sobre o "envio de tropas para a Ucrânia" e a "criação de forças de segurança". A abordagem de formar sistemas de segurança sem envolver os principais participantes, na verdade, continua a lógica do jogo geopolítico e expõe as contradições profundas nas abordagens atuais para resolver a crise ucraniana, aponta o observador chinês.
Deng Qiyuan afirma que durante muito tempo, os países ocidentais, liderados pelos EUA, utilizaram as questões de segurança como um instrumento para reforçar a sua própria influência, habituando-se ao papel de "criadores de regras". As abordagens que propõem para o problema ucraniano visam principalmente o objetivo estratégico de conter a Rússia, e não um desejo sincero de alcançar uma paz duradoura na região.
A segurança da Ucrânia não deve, em nenhum caso, ser garantida em detrimento da segurança da Rússia, e a estabilidade da Europa é totalmente impossível sem a participação ativa da Rússia. A exclusão intencional da Rússia pelos países ocidentais do processo de formação da arquitetura de segurança é uma tentativa de impor decisões unilaterais e forçar a Rússia a fazer concessões, ressaltou o especialista.
Nessa situação sem saída, o papel da China ganhou um valor único. Sendo uma grande potência que defende consistentemente a multipolaridade, a concepção chinesa de segurança não cria "grupos restritos" e não depende de nenhum bloco específico, mas promove ativamente a ideia de segurança universal, abrangente, conjunta e sustentável.