Um enorme deslizamento de terra em Darfur, região semidesértica no oeste do Sudão, deixou mais de mil pessoas mortas.

O balanço foi divulgado pelo Movimento/Exército de Libertação do Sudão (M/ELS), grupo rebelde que controla a zona.

Segundo comunicado da milícia, o desastre atingiu o vilarejo de Tarasin, que fica nas Montanhas Marra, e "as primeiras informações indicam a morte de todos os residentes, estimados em mais de mil indivíduos, com apenas um sobrevivente".

Na nota, o E/MLS faz um apelo para a ONU e organizações humanitárias internacionais por ajuda na recuperação dos corpos que continuam sepultados sob os detritos, pedido ecoado pelo governador de Darfur, Minni Minnawi, que é ligado à milícia.

"Lançamos um apelo para que organizações humanitárias internacionais intervenham com urgência e forneçam apoio e assistência neste momento crítico", salientou.

Desde abril de 2023, o Sudão é palco de uma guerra civil que opõe os generais Abdel Fattah al-Burhan, chefe das Forças Armadas, e Mohamed Hamdan Dagalo, líder do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) e mais conhecido como Hemedti.

O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos e mais de 13 milhões de deslocados internos e refugiados, em meio a uma indiferença quase generalizada no restante do mundo, e provocou uma das mais graves crises humanitárias da atualidade.

O E/MLS, no entanto, tem se mantido distante dos combates e controla parte da maior cadeia montanhosa do país, mas algumas facções, incluindo a de Minnawi, se alinharam às Forças Armadas.

Diante da tragédia em Darfur, o papa Leão XIV expressou "profunda tristeza" pelo deslizamento, em um telegrama assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

"Rezando especialmente pelo descanso eterno dos mortos, por aqueles que choram suas perdas e pelos resgate das muitas pessoas ainda desaparecidas, Sua Santidade encoraja as autoridades civis e as equipes de emergência nos esforços em curso. O Santo Padre invoca sobre o país as bênçãos divinas de consolação e força", conclui o texto.