ECONOMIA

Exportações de café têm queda de 17,5% após tarifas dos EUA; país deixa de ser maior comprador

Por Sputinik Brasil Publicado em 09/09/2025 às 23:31
© AP Photo / Aijaz Rahi

Dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) divulgadas nesta terça-feira (9) mostraram que a retração em agosto ocorreu diante do impacto das tarifas de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre a maioria dos produtos brasileiros. Maior produtor e exportador mundial do grão, Brasil atendia quase um terço do mercado do país.

Segundo o relatório de agosto, o país embarcou 3.144.422 sacos de 60 quilos, abaixo dos 3.813.000 sacos registrados no mesmo período de 2024. A medida do governo Trump contra a economia brasileira ocorre diante da oposição ao julgamento por tentativa de golpe enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado político do republicano e atualmente em prisão domiciliar.

A entidade apontou que os Estados Unidos deixaram de ser o maior comprador de café do país e passou a ocupar a segunda oposição, com 301 mil sacos importados. Contudo, o valor se refere às negociações realizadas antes da entrada em vigor do tarifaço e ainda representa uma queda de 46% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A Cecafé pontuou ainda que o aumento abrupto de tarifas desorganizou o mercado e abriu espaço para especulações, afetando inclusive o mercado interno norte-americano, já que não há países com produção capaz de suprir "a ausência do Brasil".

Com o início da medida em 7 de agosto, o preço do café arábica na Bolsa de Nova York subiu 29,7%. No acumulado de janeiro a agosto, o Brasil exportou 25,323 milhões de sacos, uma redução de 20,9% frente ao mesmo período de 2024.

Apesar do menor volume, a receita atingiu um recorde de US$ 9,668 bilhões (R$ 52,5 bilhões), impulsionada pela alta dos preços internacionais, segundo a entidade.