JULGAMENTO

Voto de Fux mostra pra Trump que o Judiciário brasileiro tem autonomia, crava Maria do Rosário

Publicado em 10/09/2025 às 14:55
© Sputnik Brasil / Rennan Rebello

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) chegou para acompanhar o "segundo turno" da votação da trama golpista do 8 de janeiro, que ocorre nesta quarta-feira (10) no Supremo Tribunal Federal.

Questiona pela Sputnik Brasil sobre o voto do ministro Luiz Fux, a parlamentar diz que é um recado para os EUA.

Segundo ela, a liberdade de julgamento, característica essencial do sistema judicial brasileiro, foi reafirmada pelo voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o julgamento. A deputada destacou que, mesmo discordando da posição do relator, o voto de Fux evidenciou que a decisão foi tomada com base no pleno direito de defesa e no respeito à independência judicial.

"Mostra aos EUA" e "ao Trump" que o Judiciário brasileiro é independente, argumentou.

"O absurdo maior é os ataques que o Brasil tem sofrido por parte do governo norte-americano, que ataca o julgamento, ataca favorecer golpistas", afirmou a deputada, referindo-se às críticas externas, como as feitas pelo ex-presidente Donald Trump, ao julgamento no Brasil.

Ela também questionou a acusação de que o voto de Fux poderia ser usado como argumento para justificar uma possível anistia para os golpistas. "De forma alguma [isso pode fortalecer a oposição]", afirmou. "Porque a anistia já estava sendo planejada antes. Eu considero, inclusive, que a defesa de uma anistia para esses que realizaram o golpe é mais uma etapa do golpe."

Maria do Rosário insistiu que os réus não conseguiram apresentar provas para se defender das acusações. "Os réus não conseguiram juntar uma prova para demonstrar que são inocentes, porque são culpados de tudo aquilo que lhes está sendo imputado", disse ela, enfatizando que as ações dos réus não se limitaram a tentativas de golpe, mas envolveram até o planejamento de assassinatos.

"De atacarem o Brasil, de tentarem rasgar a Constituição, de atacarem o Estado Democrático de Direito, de um golpe de Estado que nos jogaria numa ditadura e até do planejamento de um assassinato", complementou Rosário.

A deputada afirmou que o golpe não foi apenas planejado, mas efetivamente executado. "O que nós compreendemos é que não só eles planejaram, mas houve uma execução. Tudo o que eles planejaram, eles levaram no tempo e em ações encadeadas na realização que tiveram", explicou.

Para Maria do Rosário, a tentativa de golpe foi frustrada pelas instituições e pela força da sociedade brasileira. "Ou seja, eles deram o golpe, não conquistaram, porque as instituições, a sociedade foi mais forte", destacou, acreditando que, embora o golpe tenha sido dado, ele não teve sucesso.


Por Sputinik Brasil