JULGAMENTO

Líder do PT na Câmara critica voto de Fux e fala em contradição no julgamento de Bolsonaro

Por Sputinik Brasil Publicado em 10/09/2025 às 21:01
© Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

No julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, o ministro Luiz Fux afirmou nesta quarta-feira (10) que não há provas suficientes para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos cinco crimes imputados. Para o deputado federal e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), o voto é contraditório.

Segundo o parlamentar, ao absolver Bolsonaro, Fux se contradiz em relação a decisões anteriores do próprio Supremo. "O ministro Fux diz que aqueles 400 que ele condenou, no 8 de janeiro, foram responsáveis por organização criminosa. A culpa é dos peixinhos. Os tubarões, não", afirmou.

Lindbergh também questionou a argumentação de Fux de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não seria o foro adequado para o julgamento. "É algo inacreditável. O ministro Fux votou contra o ministro Fux, já que 400 pessoas foram condenadas com o voto dele. E em nenhum momento ele alegou que o foro do Supremo era inapropriado para essas pessoas", disse.

O deputado avaliou que o voto de Fux "ofuscou até os advogados de defesa de Bolsonaro" e, em alguns trechos, teve "pitadas de provocação". O petista ainda classificou a posição do ministro como um ataque ao Supremo em um momento em que a Corte é alvo de críticas da direita e até de setores do governo norte-americano.

Lindbergh destacou que a expectativa agora recai sobre os próximos votos no julgamento, quando citou os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, que, segundo ele, devem apresentar posições contundentes.

Por fim, o parlamentar também ressaltou que o ministro Alexandre de Moraes foi categórico ao apontar a operação Punhal Verde Amarelo e a participação direta de Bolsonaro na trama.

"Não temos dúvidas de que até sexta-feira (12) vamos ter a condenação e a determinação contra essa turma que participou da trama golpista, em especial Jair Bolsonaro", afirmou.