SÃO PAULO

Polícia reprime protesto por moradia no centro de SP; ex-deputado e jornalistas são alvo de ação

Por Sputinik Brasil Publicado em 11/09/2025 às 00:11
© Divulgação / Arquivo pessoal

Protesto por moradia realizado nesta quarta-feira (10) na Favela do Moinho, região central de São Paulo (SP), terminou em confronto entre moradores e a Polícia Militar.

O ato foi convocado após a prisão de Alessandra Moja Cunha, irmã de "Léo do Moinho", acusada pelo Ministério Público de participar da cobrança irregular de propinas de famílias incluídas no processo de reurbanização da comunidade.

Durante a manifestação, a PM cercou o local, utilizou spray de pimenta e violência. Entre os detidos está o ex-deputado estadual Fernando Ferrari, que, segundo testemunhas, tentava intermediar a liberação da via bloqueada. Repórteres e fotógrafos também relataram que foram alvo de violência policial.

Em 8 de setembro de 2025, a "Operação Sharpe", conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), com apoio das polícias Militar e Civil, prendeu Alessandra, líder comunitária e presidente de uma associação de moradores.

A investigação trata de suposto envolvimento em atividades ilícitas atribuídas ao grupo do irmão, incluindo extorsões relacionadas ao reassentamento de moradores, ainda que não tenha sido comprovado até o momento.

Em maio de 2025, houve um acordo entre governo federal e governo do Estado de São Paulo para reassentamento de famílias da Favela do Moinho.

Também no mesmo mês, o governo federal interrompeu a cessão do terreno da União para o Estado de São Paulo, em função da forma como ocorria a demolição ou descaracterização de moradias já desocupadas. A suspensão foi em parte devido a denúncias de uso de força policial ou da possibilidade disso.

Anteriormente, a PM fez operações no Moinho que deixaram feridos, com uso de balas de borracha, gás de pimenta, além da proibição de jornalistas adentrarem a região.