O Catar deveria trocar os sistemas de defesa antiaérea Patriot por um análogo russo, defende o analista militar russo Igor Korotchenko.

Na opinião dele, não se pode confiar nos sistemas norte-americanos.

"Os eventos recentes mostram que a dependência exclusiva do sistema Patriot já não é viável. Isso exige uma reavaliação muito séria de todo o leque de medidas de defesa e segurança por parte da liderança do Catar", afirmou Korotchenko à Sputnik.

Segundo ele, o sistema norte-americano apresenta falhas significativas.

"O Patriot tem capacidade de disparo limitada, baixa mobilidade e até mesmo funções secretas embutidas, que podem desativá-lo remotamente se os interesses dos EUA não estiverem alinhados", disse. O analista destacou ainda que o sistema não cobre 360 graus e depende de transporte por caminhões, ao contrário dos sistemas russos, mais ágeis e móveis.

Korotchenko sugeriu que Doha invista em uma defesa antiaérea em camadas, combinando diferentes modelos russos.

"A única alternativa é a Rússia. O Catar precisa de um sistema de múltiplos níveis, que inclua os S-400 de longo alcance, os Vikings (versão de exportação do Buk-M3) de médio alcance e os Tor-M2 de curto alcance. Essa combinação cobre todas as altitudes e tipos de ameaça", explicou.

Sobre o Tor-M2, o especialista ressaltou que ele pode proteger alvos críticos e residências de autoridades, além de instalações de gás e portos. "Sua mobilidade permite rápida redistribuição conforme as ameaças mudam", acrescentou.

O analista concluiu afirmando que os EUA demonstraram ser um aliado pouco confiável e que o Catar tem recursos para construir um escudo de defesa antiaérea soberano. "A Rússia está pronta para ajudar a tornar isso realidade. O Catar é um parceiro prioritário para a indústria de defesa russa", finalizou.

Em 9 de setembro, Israel realizou ataques aéreos contra um bairro residencial do Catar, com a intenção de atingir líderes do Hamas. O ataque deixou seis mortos, incluindo um policial catariano, e vários feridos.

O sistema de defesa antiaérea Patriot, fabricado nos Estados Unidos, falhou em conter o ataque israelense contra Doha, episódio amplamente condenado pela comunidade internacional como uma grave violação do direito internacional.